O Principezinho é leitura obrigatória nas escolas portuguesas (ou pelo menos era no "meu tempo").
Ou seja, não é a primeira vez que o leio. Li, na verdade, há 8 anos, pelo que ao reler agora com 22 anos, me apercebi que houve uma data de coisas que me passaram ao lado naquela altura.
Ora, agora que posso ler à minha vontade, isto é, sem ter prazos ou obrigações apercebi-me da leveza com que este livro deve ser lido!
E apercebi-me que já o devia ter relido à mais tempo!
O Principezinho está repleto de lições que nos mostram os maiores erros dos adultos. A ambição pelo poder, a vaidade, os vícios, o trabalho excessivo que impomos a nós próprios, a falta de tempo, o desprezo pelas coisas simples, a manipulação, a ignorância, a solidão, entre outros, são coisas que este livro aborda e que caracterizam os crescidos.
As minhas personagens favoritas foram o acendedor de candeeiros, do planeta que gira em um minuto, o geógrafo e, claro, o Piloto!
O Acendedor de Candeeiros, para quem não sabe, tinha que acender e apagar o candeeiro a todos os minutos. Um trabalho que lhe ocupava todo o tempo que tinha. Dedicado? Sem dúvida! Mas mostra-nos que de certa forma, ainda que o nosso trabalho possa não ter grande utilidade para os outros, pode ter importância para nós. Todavia, nem mesmo a sua importância justifica deixar que nos ocupe o tempo todo e não devemos permitir que abale o nosso bem-estar.
Para os crescidos o tempo passa sempre a correr. Não o aproveitam...
"Os crescidos não sabem o que procuram. Apesar de o desperdiçarem pedem sempre mais tempo."
Para mim, o Geógrafo representa a ideia de que, para os crescidos, parece que só o que perdura é que tem valor. Momentos simples, felicidades que não duram, os detalhes do dia-a-dia são frequentemente esquecidos pelos crescidos...
Se um crescido soubesse que algo é efémero será que ainda ter o mesmo empenho do que algo que sabe que o é?
O Piloto representa todos nós, isto é, todos aqueles que ainda têm uma criança dentro de si à espera que a compreendam na sua simplicidade. No fim, o pequeno príncipe representa mesmo isso: termos a mente aberta, não complicarmos aquilo que é simples e, principalmente, cativarmos e amarmos eternamente cada uma das rosas que temos a honra de povoarem o nosso pequeno planeta.
O Principezinho é um livro para todas as idades e, principalmente para os adultos que querem conectar-se à sua criança interior.
"Os homens do teu planeta plantam mil rosas no mesmo jardim... E nem aí encontram aquilo que procuram. (...) No entanto, aquilo que procuram pode encontrar-se numa só rosa ou num trago de água (...). Os olhos são cegos. É preciso procurar com o coração."
Sem dúvida um dos meus livros de infância preferidos!!
ResponderEliminarInfelizmente ainda não o reli, mas assim que tiver um tempo irei voltar a ler porque já não me lembro muito bem da história.
Post fantástico! Beijinhos! Where I Belong
Eu quando li pela primeira vez não tinha gostado muito. Gostei de algumas coisas, claro! Mas não de tudo!
EliminarAgora ao reler percebi melhor a história e fiquei apaixonada!
Obrigada pela visita, beijinhos!