O coração vive de sorrisos é um tesouro cheio de diversidade, várias formas e gestos de amor e histórias que podem ser ficção, mas que não duvido que ocorram por aí no vasto mundo em que vivemos.
Este livro é um conjunto de 5 histórias: a de Cláudio com paralisia cerebral, a de Alice com síndrome de Down, a do Samuel que tem esquizofrenia, a de Madalena com síndrome de Tourette e a de Maria Inês com síndrome de Aspenger.
Como diz a Carolina:
"O amor não tem forma, o coração não tem rosto. O amor não nasce nem se mede pelo corpo, sexo, eficiência ou defeito. O amor é tudo aquilo que nos faz sentir bem sem sabermos porquê, sem sabermos porque se ama alguém ou sabermos totalmente porque sentimos aquele friozinho na barriga."
Esta citação aparece logo na primeira página e ficou-me imediatamente gravada na memória. Quando terminei o livro voltei a relê-la e vi como este parágrafo reflecte tão bem cada história!
A Carolina conseguiu mostrar que estas condições se ultrapassam com a ajuda, carinho, paciência e muito amor dos que nos rodeiam.
De pequenos a graúdos conseguimos ver a forma como cada um lida com a sua condição e cada um deles mostra-nos uma forma diferente de olhar a vida e de sorrir.
Tentei escolher uma história favorita mas não me consigo só dividir por uma... Mas sem dúvida que a primeira, sobre o Cláudio, me impactou e fiquei logo cheia de vontade de ler todas as outras. Também gostei bastante da história da Madalena. Cada história é diferente e enche-nos o coração de diferentes formas.
E os plot twists? Jesuuus, quero livros completos desta autora, se ela me troca as voltas em histórias pequenas, imagino num livro completo!
A Carolina escreve com muita inteligência e fluidez. Acho que a sua escrita se adequa a todas as idades. Gostava mesmo muito de ler mais livros dela, é tão bom ler algo assim fantástico criado por alguém do nosso país. Bate cá um orgulho..!
Aviso Legal: Este livro foi-me enviado pela autora (a quem agradeço imenso) em troca de uma resenha honesta. Todas as opiniões expressas nesta resenha são verdadeiras e completamente minhas.
"O coração vive de sorrisos" is a treasure full of diversity, various forms and gestures of love, and stories that may be fiction, but which I do not doubt occur in the vast world we live in.
This book is a set of 5 stories: Claudio's with cerebral palsy, Alice's with Down's syndrome, Samuel's with schizophrenia, Madalena's with Tourette's syndrome and Maria Inês's with Aspenger's syndrome.
As Carolina says (I will translate so you can read this wonderful quote, but I apologize right away to the author if it's not well translated):
"Love has no form, the heart has no face. Love is neither born nor measured by body, sex, efficiency, or defect. Love is everything that makes us feel good without knowing why, without knowing why we love someone or totally knowing why we feel that chill in our belly."
This quote appears on the first page and was immediately engraved in my memory. When I finished the book I reread it and saw how this paragraph reflects each story so well!
Carolina was able to show that these conditions are surpassed with the help, affection, patience and love of those around us.
From kids to grown ups we can see how each one deals with their condition and each shows us a different way of looking at life and smiling.
I tried to choose a favorite story but I can not just decide one ... But undoubtedly the first, about Claudio, impacted me and I was immediately eager to read all the others. I also really liked Madalena's history. Each story is different and fills our hearts in different ways.
What about plot twists? I want a complete book plot by this author, if she turns me around in short stories, I imagine in a "single" plot book!
Carolina writes very intelligently and fluently. I think her writing fits all ages. I really would love to read more of her books. It's so good to read something so fantastic created by someone from our country. A feel so proud!
Disclaimer: This book was sent to me by the author (to whom I greatly appreciate it) in exchange for an honest review. All opinions expressed in this review are true and completely mine.
Um dos meus maiores medos foi sempre este: viver além dos meus gatos. Sei bem que é inevitável mas esperava que isso acontecesse num futuro bem longínquo. Mas não, é o presente... Há 3 anos a Shy escolheu-me. Eu resgatei-a da rua, mas foi ela quem me adotou.
Mais tarde, em Março de 2019 ela veio a dar-me aquele que é a minha outra metade: o Miyagi.
O Miyagi foi outro bichinho que me adotou, porque inicialmente eu não ia ficar com ele, pois à partida ele já tinha uma família adotiva. Mas no fim das contas essa família desistiu da adoção e eu decidi que entre os dois gatinhos que tinha para doar: o Bambi e o Miyagi, era impossível ficar com outro gato que não o meu pretinho.
Nunca acreditei muito nisto de almas gémeas, nem tão pouco com animais! Mas com o Miyagi foi tudo diferente, algo me faz crer que as nossas almas estavam destinadas a se encontrar.
Como qualquer gato fazia das suas, mesmo que eu dissesse "Sai daí de cima" ou "Não arranhes o sofá" ele continuava, ainda fazia cara de inocente e era impossível brigar com aquela fofura.
Antes de perder o Miyagi só conseguia imaginar o que seria perdê-lo ou à Shy. Quando pensava nisso agarrava-me a eles e rezava para que esse momento fosse o mais longínquo possível. E mesmo quando não conseguia imaginar, porque ainda não tinha encontrado este tipo de amor, respeitava a tristeza da outra pessoa porque só essa pessoa sabia o que sentia e o quanto custava a perda. Nunca disse "Isso já te passava, não? Não tens que chorar mais por causa de um gato", (e gostava de não ter ouvido isso). Sei que a morte faz parte da vida, mas o respeito e a empatia também fazem, por isso se, felizmente, nunca passaram por isso ou não compreendem o amor que se pode ter por um animal, que simplesmente respeitem (e não invalidem).
Além disso, questiono-me se quem me diz, mesmo que com boas intenções, "Arranja outro" também diz o mesmo a alguém que perde um filho, uma mãe, ou outra pessoa que ama. "Ah Brenda, não compares um gato a um ser humano" comparo sim, porque isto não é uma roupa que se estraga e vais à loja comprar outra, não é um telemóvel que parte e compras a débito ou crédito. Isto é uma vida. Uma que nem clonada será igual.
Às pessoas que dizem "É só um gato!" só tenho a dizer: Tivessem muitas pessoas o amor que tenho aos meus gatos. Tivessem muitas pessoas alguém que se importasse tanto quanto eu me importo. E há sempre o recalcado, uma alma com rancor, que nestas alturas começa a evocar argumentos alegando que há quem goste mais de animais e lute mais pelos seus direitos do que pelos direitos do ser humano. E é quanto mais conheço essas pessoas que mais amo os meus bichinhos, porque de repente não lutam por nada na vida, mas criticam quem luta pelas suas causas.
O Miyagi não era só o meu gato, era o filho da minha Shy, era o meu morcego, o meu demónio, o meu mimoso, o meu amor, o meu filho.
Não haverá outro Miyagi, nem em mil vidas nem no multiverso. Miyagi há só um e ele agora vive no meu coração. O nosso amor é para sempre 🖤
Por isso fiz este vídeo, para vos mostrar que não, um gato não "é só um gato". Há definitivamente uma Brenda antes do Miyagi e uma Brenda depois do Miyagi. Não vos consigo explicar o quanto este gato foi o amor da minha vida, mas talvez consigam perceber um pouco com este vídeo:
No, it's not "just a cat".
3 months without my baby boy.
One of my biggest fears has always been this: living beyond my cats. I know it is inevitable, but I expected that to happen in a very distant future. But no, it's the present... 3 years ago Shy chose me. I rescued her from the street, but she was the one who adopted me.
Later in March 2019 she came to give me my other half: Miyagi.
Miyagi was another pet that adopted me, because initially I was not going to stay with him, because he already had an adoptive family. But in the end this family gave up the adoption and I decided that between the two kittens I had to choose: Bambi and Miyagi, it was impossible to have a cat other than my little black one.
I never believed much in this soul mate stuff, especially not with animals! But with Miyagi it was all different, something makes me believe that our souls were destined to meet.
Like any cat he was always elfish, even if I said "Get out of there" or "Don't scratch the couch" he would still look innocent and it was impossible to argue with that cuteness.
Before losing Miyagi I could only imagine what it would be like to lose him or Shy. When I thought about it, I clung to them and prayed that this moment was as far away as possible. And even when I couldn't imagine it because I hadn't found this kind of love yet, I respected the other person's sadness because only that person knew how she felt and how much the loss cost. I never said, "Can you get over it? You don't have to cry over a cat anymore" (and I wish I didn't hear that). I know that death is part of life, but respect and empathy do too, so if, fortunately, they have never experienced it or do not understand the love one can have for an animal I wish that they simply respect it (not invalidate).
Also, I wonder if anyone who tells me, even with good intentions, "Get another one," also says the same to someone who loses a child, a mother, or someone they love. "oh Brenda, don't compare a cat to a human being," I do, because it's not a ruined outfit and you're going to the store to buy another one, it's not a mobile phone that brokes and you go purchase another one on debit or credit. This is a life. One that will not even be cloned.
To people who say "It's just a cat!" I just have to say: I wish many people had the love I have for my cats. I wish some people had someone who cared for them as much as I care for my cats. And there is always the repressed, a grudging soul, who at this point begins to evoke arguments claiming that there are those who like animals more than humans and fight more for their rights than for the rights of the human being. And the more I know these people, the more I love my pets, because probably they fight for nothing in life, but criticize those who fight for their causes.
Miyagi wasn't just my cat, it was my Shy's son, it was my bat, my demon, my love, my son.
There will be no other Miyagi, neither in a thousand lives nor in the multiverse. There is only one Miyagi and he now lives in my heart. Our love is forever🖤
So I made this video, to show you no, a cat is not "just a cat". There is definitely a Brenda before Miyagi and a Brenda after Miyagi. I can not explain how much this cat was the love of my life, but maybe you can understand a small part by watching this video:
Em primeiro lugar, agradeço ao Horácio pelo envio do livro.
Poesia é das coisas que mais gosto de ler, mas, surpreendentemente, agora que penso nisso não tenho lido muita em português. 6 anos para ser mais precisa! Portanto, A Passagem é o primeiro livro de poesia que leio em português em anos, o que só por si já o torna um livro especial.
A foto não foi tirada na hora de melhor iluminação solar, ficou um pouco estourada como podem ver (ou serei eu que estou demasiado branca?? Devia ter ido mais à praia I guess ahah). Mas como adorei o local, e não podia esperar pela Golden Hour, queria mesmo tirar a foto deste livro aqui!
Este livro relembrou-me os tempos de escola em que lia e amava cada palavra de Fernando Pessoa. Agora vocês dizem "Credo Brenda, estás a comparar este livro às análises chatas que se fazem na escola", não, não estou, calma! Estou a comparar aos poemas cheios de palavras e significados escondidos que tornam a leitura de um poema uma grande aventura dependendo da interpretação e vivência de cada um.
E foi assim que me senti a ler o livro do Horácio: A Passagem é uma aventura! Adorei ler cada um dos poemas e procurar os significados escondidos, interpretar cada poema e... colocar marcações em quase todas as páginas!
O livro A Passagem está dividido em 3 partes: os Campos, a Corrente, a Passagem.
Na primeira parte temos uma pessoa que não sabe quem é e que adora as coisas simples da vida. Confesso que me lembrou Alberto Caeiro com toda a vontade de voltar à natureza e às coisas e sensações simples da vida!
A segunda parte é sobre irmos na corrente da vida, sobre descobrirmos quem somos pelo caminho. Há dúvidas, há certezas, voltam a haver dúvidas, mas é assim que é viver.
Na terceira parte parece-me que o sujeito poético estava consciente da morte, do fim da vida, daquilo que importa e dos sonhos que todos devemos ter e lutar como uma criança é capaz de lutar por aquilo que acredita. Uma criança não é corrompida pela realidade do que pode ser possível e impossível num sonho. Um adulto vive de aparências, vive daquilo que é belo por fora e vazio por dentro. E o sujeito poético parece-me um observador nesta parte, observador de uma realidade mais pesada, mais sombria.
Partilho convosco um pouco do meu poema favorito desta parte:
"(...) Dói-me a cabeça das coisas que passam nela,
E das coisas que lhe passam e ficam bem dentro.
Ouço vozes de risos e congratulações,
(talvez de alguma ligeira comédia)
Que saem das bocas alheias que desconheço,
Do desconhecido que é meu.
E, porque é meu, assim o devesse conhecer,
E a alma devesse ficar inteira
E as vozes assim devessem ser sussurros...
E eu devesse ser alguém mais que eu,
Eu, que nada mais sou que eu?
À margem do que sou, só o rio das minhas
[vontades
E o universo da minha capacidade.
(...)"
Excerto do Poema I de A Passagem de Horácio N. Medina
Se pudesse deixava-vos aqui todos os meus poemas favoritos mas a questão é que... ia ter que transcrever praticamente o livro todo e isso não é propriamente legal, não é mesmo? Por isso, leiam para perceberem do que falo.
Este livro acompanhou-me nos dias em que fui a Lisboa e não podia ter escolhido melhor leitura para me acompanhar nas viagens de avião.
Aviso Legal: Este livro foi-me enviado pelo autor em troca de uma resenha honesta. Todas as opiniões expressas nesta resenha são verdadeiras e completamente minhas.
First of all I want to thank Horácio for sending me his book.
Poetry is one of my favorite genres, but surprisingly, now that I think about it, I haven't read much poetry in Portuguese. 6 years to be precise! Therefore, The Passage is the first poetry book I read in Portuguese in years, which in itself makes it a special book.
The photo was not taken with the best sunlight, it is a bit blown up as you can see (Or am I too white? I should have gone more to the beach I guess ahah). But as I loved the place, and couldn't wait for the Golden Hour, I really wanted to take a picture of this book here.
This book reminded me of the school days when I read and loved every word of Fernando Pessoa. Now you say, "Jesus Brenda, you're comparing this book to boring analyzes at school," no, I'm not, stay calm! I am comparing it to poems full of hidden words and meanings that make reading a poem a great adventure depending on one's interpretation and experience.
And that's how I felt reading this book: The Passage is an adventure! I loved reading each of the poems and searching for the hidden meanings, interpreting each poem and ... putting notes on almost every page!
The book The Passage is divided into 3 parts: the Fields, the Current, the Passage.
In the first part we have a person who doesn't know who he is and loves the simple things in life. I confess you reminded me of Alberto Caeiro, one of Fernando Pessoa heteronyms, with all the desire to return to nature and the simple things and sensations of life!
The second part is about going in the stream of life, about finding out who we are along the way. There are doubts, there are certainties, there are doubts again, but this is life.
In the third part it seems to me that the poetic subject was aware of death, the end of life, what matters and the dreams we all must have and fight as a child is able to fight for what she/he believes. A child is not corrupted by the reality of what may be possible and impossible in a dream. An adult lives on appearances, lives on what is beautiful on the outside and empty on the inside. And the poetic subject seems to me an observer in this part, an observer of a heavier, darker reality.
If I could, I would leave you all my favorite poems here, but the point is... I would have to transcribe practically the whole book, and that's not exactly legal, is it? Therefore, read to understand what I am talking about.
This book accompanied me on the days I went to Lisbon and could not have chosen a better reading to accompany me on my travels.
Disclaimer: This book was sent to me by the author in exchange for an honest review. All opinions expressed in this review are true and completely mine.
Sou a Brenda, blogger e bookstagrammer dos Açores (Portugal). Apaixonada por livros e gatos. Sou fada, vampira, sereia, tributo. Sou todos os livros que li e experiências que vivi. Um livro transporta-nos para novos mundos e permite-nos ser o que quisermos. Bem-vindo(a) ao meu cantinho! :)