sábado, 19 de junho de 2021

De Livro para as Ilhas: a booktuber e autora "A Croma dos Livros"

Cá estamos de volta com mais uma entrevista no âmbito do desafio "De Livro para as Ilhas", organizado com a @angiexreads, que se encontra a decorrer até dia 31 de julho e só precisas de ler livros sobre as ilhas dos arquipélagos dos Açores e Madeira para participar.

Hoje trago-vos a entrevista de uma booktuber e autora da Ilha Terceira (Açores). Conheçam um pouco mais sobre a Andreia Rosa, mais conhecida por "A Croma dos Livros".

1. Quais as três palavras que consideras que mais te definem?

Açoriana, sonhadora e compreensiva.

2. Como surgiu a ideia de criar um canal no youtube?

Comecei o canal em 2013, estava eu no secundário e tinha poucas pessoas com quem falar sobre livros. E sentia essa necessidade, de partilhar as minhas experiências com os livros que tinha acabado de ler.

Descobri o booktube internacional e não via ninguém em Portugal a fazer isso. Então decidi avançar e só aí é que percebi que já haviam algumas pessoas a fazê-lo mas muito poucas. Éramos no máximo, dos máximos, 10 pessoas a fazê-lo. Isso agora não é nada, em comparação com os dias de hoje.

3. Gravas a opinião literária mal acabas de ler o livro?

Nem por isso, deixo sempre passar algum tempo. Prefiro não o fazer de cabeça quente e escolho “digerir” a história no seu total para que se torne numa opinião mais racional e construtiva, digamos assim. Dou espaço a mim própria para analisar o livro, os prós e contras, a estrutura e o esqueleto da história, das personagens e só depois disso, é que gravo e publico.

4. Além de booktuber, és, ainda, autora do livro “A Sonhadora”, publicado pela chancela Edições Vieira da Silva. Fala-nos um pouco desta tua faceta de escritora. Continuas a investir na escrita criativa (e quem sabe tens na gaveta algum livro para ser publicado)?

Eu escrevia muito no secundário, tinha imensas histórias na minha cabeça e escrevia-as. Mas depois, chegava ao ponto em que já não sabia o que fazer e passava para a próxima história. O que significa que tenho muitas histórias na gaveta, apenas nunca as terminei.

Cheguei a um ponto em que disse “não, eu tenho que terminar pelo menos uma história” e foi assim que “A Sonhadora” nasceu.

Depois de entrar para a universidade, a minha escrita foi direccionada para o jornalismo e foi-se apagando o gosto pela escrita criativa porque, na altura, o jornalismo literário era muito pouco falado/tratado.

Anos mais tarde, voltei a escrever mas não sei se daí sairá um livro publicado.

Sobre ter na gaveta algum livro, julgo que todas as histórias que tenho guardadas dos meus tempos de secundário, eu voltaria a pegar numa trilogia de fantasia que me deu uma enorme alegria em escrever. Mas neste momento, o meu registo é outro. Mas quem sabe, talvez edite e reescreva essa trilogia num futuro próximo.

5. Tens uma rubrica no teu canal denominada #LerAçores. Fala-nos um pouco sobre este teu espaço dedicado aos autores açorianos.

O que me inspirou a criar este projecto foi o livro "Arquipélago" de Joel Neto. Nunca me senti tão bem representada enquanto açoriana, mais especificamente terceirense, num livro.

Com tantos desafios/maratonas para ler livros nacionais, todos eles necessários - ainda existe um longo caminho para valorizarmos os nossos autores. Mas sinto que se já é difícil apreciar autores nacionais, quanto mais é descobrir autores açorianos, que é um nicho ainda mais pequeno. E temos tanto talento nas ilhas que, simplesmente passam despercebidos, e é aí que entra o #LerAçores com o objectivo de divulgar a literatura açoriana. Pretendo com esta rubrica, criar um espaço em que os autores açorianos sejam divulgados, valorizados e apreciados.

6. Qual o último livro de um(a) autor(a) açoriano(a) que leste?

Ilha-América de Almeida Maia, ao qual dei 4 estrelas. O livro traz-nos a história de Mané, um passageiro clandestino que partiu rumo à América no vão da roda de um avião. Algo que adorei foi o facto de se tratar de uma história ficcionada baseada em relatos verídicos da emigração ilegal açoriana.

Foi o meu livro de estreia com o autor e recomendo completamente este livro. Pretendo ler mais obras do autor.

7. Qual o teu sítio favorito para comprar livros?

Por norma, faço apenas uma grande compra no início do ano e depois passo o resto do ano sem comprar livros. Isto com o objectivo de ter sob controlo o número de livros por ler na estante. Daí de ser difícil escolher um sítio porque não tenho o hábito de comprar.

Mas diria que, neste momento, a minha livraria favorita é a Letras Lavadas por ser o meu ponto de referência de onde arranjar livros de autores açorianos.

8. Qual o teu local favorito da ilha Terceira?

Um dos meus sítios favoritos na ilha é a Lagoa das Patas. Um local tão calmo e bonito, onde ouves o sussurro das árvores na companhia dos patos que lá habitam. Para mim, é um sítio que me inspira.

9. Dá 3 motivos para as pessoas visitarem a tua ilha!

Existe um ditado popular que os Açores são feitos de oito ilhas e um parque de diversões – que é nada mais, nada menos, que a minha querida ilha Terceira.

1. É a única ilha, se não estou em erro, que manteve todas as suas tradições, festas e costumes. Pelo que, em qualquer altura do ano, podem apanhar algum tipo de festividade (daí sermos considerados o parque de diversões dos Açores )

2. Algar do Carvão – um antigo vulcão e tubo de lava localizado no centro da ilha. Há pouquíssimos lugares onde se pode entrar num vulcão e este é um deles.

3. Paisagens e momentos relaxantes e únicos, só possíveis nos Açores.


Espero que tenhas gostado de saber mais um pouco sobre "A Croma dos Livros". Visita as suas redes sociais: canal e instagram.

Com amor, Brenda

quinta-feira, 3 de junho de 2021

#setediasde Livros que gostava que tivessem adaptação: Seca

 

Neste 3º post do #setediasde Livros que gostava que tivessem adaptação (organizado com a @miriamthemermaid) trago-vos o livro “Seca”, escrito por Neal Shusterman e Jarrod Shusterman.

Este livro apresenta-nos uma sociedade severamente afetada pela seca em que de um dia para o outro há um "fechar da torneira" e acaba-se a água no abastecimento público.

Imagina abrir a torneira e não sair água. Desesperante, não é?

Com o desaparecimento dos pais durante esta crise, Alyssa e o irmão, junto com o vizinho Kelton, tentam lidar com esta grave mudança da forma mais humana possível.


Achei este livro o perfeito exemplo do que irá acontecer quando um dos bens mais essenciais, a água (potável), acabar.

Acho que daria uma excelente adaptação cinematográfica porque seria uma forma de tentar sensibilizar pessoas que ainda não estão muito despertas para este assunto (ainda que seja uma questão que vem sendo falada há anos, mas bem sabemos que há sempre aqueles que vão evitando falar sobre isto até que os afete diretamente).

Neste livro as pessoas ignoraram todos os avisos: quando tudo indicava que a água potável iria acabar, quando eram implementadas medidas cada vez mais severas, quando eram feitos protestos, as pessoas faziam o quê? Ficavam em casa a ver da televisão acreditando que não iria acontecer com elas, mas aconteceu.

Um conselho de amiga, se fores ler este livro, mantém uma garrafa de água (ou outra bebida) por perto, porque, se fores como eu, vais ficar com uma sede danada.

Com amor, Brenda


In english:


In this 3rd post of #setediasde "Books I'd like to become a movie adaptation" I would love to see" I bring you a photo that was actualy inspired on @miriamthemermaid (the other organizer of this "seven days of") I bring you the book “Dry”, written by Neal Shusterman and Jarrod Shusterman.

This book introduces us to a society severely affected by drought in which the tap is turned off overnight and the public water supply runs out.

Imagine opening the water tap and no water coming out. Desperate, isn't it?

With her parents disappearing during this crisis, Alyssa and her brother, along with neighbor Kelton, try to deal with this serious change in the most human way possible.


I found this book the perfect example of what will happen when one of the most essential goods, (potable) water, runs out.

I think it would make an excellent film adaptation because it would be a way of trying to raise awareness in people who are not yet awake to this subject (although it is an issue that has been talked about for years, but we know that there are always those who avoid talking about it until it directly affects them).

In this book, people ignored all warnings: when everything indicated that drinking water would run out, when increasingly severe measures were implemented, when protests were held, what did people do? They stayed at home watching television, believing it wouldn't happen to them, but it did.

A friend's advice, if you're going to read this book, keep a bottle of water (or other drink) close by, because if you're like me, you're going to get really thirsty.

With love, Brenda

quarta-feira, 2 de junho de 2021

#setediasde Livros que gostava que tivessem adaptação: O Décimo Terceiro Poder


Vocês têm algum livro que leram há muitos anos, mas que a história ainda está bem presente na vossa memória (mesmo que sem todos os detalhes) e ainda conseguem sentir o que sentiram ao ler aquele livro? Como um eco do impacte que a história teve em vocês?

Penso que quando li “O Décimo Terceiro Poder” de Madalena Santos tinha uns 15/16 anos e a Nerferloen foi uma das primeiras heroínas literárias que me fez pensar pela primeira vez sobre a igualdade de direitos e sobre a facilidade com que muita gente questiona qualquer atitude, e até mesmo a autoridade, de uma mulher quando esta está numa posição de chefia. Por isso, foi um livro que me marcou bastante na altura em que o li e além de querer relê-lo, ia adorar ver esta história, de uma autora portuguesa, adaptada no grande ecrã!

Este livro faz parte da saga “Terras da Corza” que é composta por quatro romances históricos/fantásticos (mas os restantes ainda não li porque só descobri que existiam recentemente).

Compra este livro: Wook | Bertrand

⚔️ Este é o 2º post de junho do #setediasde “Livros que gostava que tivessem adaptação cinematográfica”, um projeto organizado com a @miriamthemermaid .

Para quem quiser, deixo abaixo a sinopse do livro:
Nerferloen, a protagonista deste romance é uma jovem donzela que, por ordem do rei seu pai, assume a difícil tarefa de lutar contra os inimigos de forma a estabelecer a paz entre os povos das Terras de Corza. Liderando a luta contra os cavaleiros Intrusos de Negro, atinge os seus objectivos. Não se trata de uma Joana D’Arc, mas de uma figura assumidamente mulher que demonstra a força da sua coragem e da sua inteligência em múltiplas situações até à vitória final. Apaixona-se, casa-se e garante a sua sucessão ao ser mãe de dois filhos.

Com amor, Brenda

terça-feira, 1 de junho de 2021

#setediasde Livros que gostava que tivessem adaptação: Ilha-América


Amanhã, dia 2 de junho, comemora-se o 75º aniversário da transferência do Aeroporto de Santa Maria, de americano e militar para português e civil.

O Aeroporto Internacional de Santa Maria deixou na ilha um legado e património que não podem deixar de ser valorizados.

"Ilha-América" de Almeida Maia teve um grande significado para mim exatamente porque relembra, valoriza e imortaliza em livro uma aventura de um tempo da história mariense que moldou a sociedade e a fez evoluir no que é hoje.

Por isso, no âmbito deste 1º post de junho do #setediasde com o tema "Livros que gostava que tivessem adaptação cinematográfica" (projeto organizado com a @miriamthemermaid) publico foto do livro "Ilha-América", que tem uma história que eu adorava ver na TV (ou quem sabe na Netflix 😉 fica a dica 😉) com a antiga Torre de Controle ao fundo, que, segundo consta, será transformada num museu.

✈️

Esta é também uma sugestão de leitura para quem quer participar no #delivroparaasilhas , um projeto organizado com a @angiexreads que incentiva à leitura de livros sobre e das ilhas dos Açores e Madeira.

Com amor, Brenda