sexta-feira, 29 de junho de 2018

A História de uma Serva de Margaret Atwood



The Handmaid's Tale


Sinopse: 

Uma visão marcante da nossa sociedade radicalmente transformada por uma revolução teocrática. A História de Uma Serva tornou-se um dos livros mais influentes e mais lidos do nosso tempo. 

Extremistas religiosos de direita derrubaram o governo norte-americano e queimaram a Constituição. A América é agora Gileade, um estado policial e fundamentalista onde as mulheres férteis, conhecidas como Servas, são obrigadas a conceber filhos para a elite estéril. 

Defred é uma Serva na República de Gileade e acaba de ser transferida para a casa do enigmático Comandante e da sua ciumenta mulher. Pode ir uma vez por dia aos mercados, cujas tabuletas agora são imagens, porque as mulheres estão proibidas de ler. Tem de rezar para que o Comandante a engravide, já que, numa época de grande decréscimo do número de nascimentos, o valor de Defred reside na sua fertilidade, e o fracasso significa o exílio nas Colónias, perigosamente poluídas. Defred lembra-se de um tempo em que vivia com o marido e a filha e tinha um emprego, antes de perder tudo, incluindo o nome. Essas memórias misturam-se agora com ideias perigosas de rebelião e amor.


Neste livro é contada a história de Defred, uma mulher fértil escolhida para fins reprodutivos, e, indiretamente, a história das Servas pois todas passam pelo mesmo.

Acompanhamos então o seu percurso na 3ª casa em que é colocada. Defred reza para que o Comandante a engravide durante "A Cerimónia", em que a sua mulher também está presente, de uma maneira extremamente creepy, para cumprir o seu dever enquanto objeto do Estado.

Defred em inglês chama-se Offred. A mudança no nome deve-se ao facto de ela ser "De Fred" e em inglês "Of Fred", ou seja , pertence a um homem chamado Fred.

As Servas não podem usar o seu "nome verdadeiro", isto é, o nome que tinham antes de tudo isto acontecer ao país. As Servas são um mero instrumento de reprodução. 

As personagens são apresentadas aos bocadinhos, isto é, ela fala nas Marthas (as mulheres responsáveis pela culinária e limpeza da casa), nas Esposas (mulheres casadas com comandantes, a.k.a, alguém da Elite), etc etc por fases e no início há coisas que passam despercebidas, como o facto de, por exemplo, a cor das roupas delas importar! As Martas vestem-se de verde, as Esposas de azul, as Servas de Vermelho e por aí fora.

Além disso desde o início que falam nas "Tias" e admito que de início pensava "Mas quem raio é esta Tia?". Também dava por mim a pensar: "Mas ela está a contar o que se passou na sua vida antes de tudo, na tal escola ou já está na casa do Comandante?"

Mas depois de lhe apanhar o jeito, já conseguia perceber a que momento da "sua" vida ela se referia.

É bem claro que as pessoas não sabem nem de metade do que se está a passar no país, tanto que não é explícito quem põe abaixo o governo e a constituição. Mostra o regime em que vivem e como vão sendo arrastadas sem poder fazer nada, sem poder saber exatamente o que acontece.

Vivem no medo e na memória de dias de liberdade.

Os direitos das mulheres são completamente retirados. Não podem ler, não podem andar sozinhas, pelo que as Servas quando vão ao mercado vão sempre acompanhadas por outra Serva, não podem gerir as finanças da casa, não se podem maquilhar etc.

Já não bastaria toda esta pressão, mas para piorar tudo existem os "Olhos", pessoas entre a comunidade que tentam descobrir traidores ao regime.

Ou seja, uma Serva nem pode dizer como se sente, ou o que pensa, ou até mesmo algo além do discurso estipulado porque não sabe se a outra não é um Olho.

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Eu ia ler este livro em inglês, mas graças a Deus que não li. Se a leitura já foi densa em Português imagine-se em inglês!

À parte disso a escrita é incrível! A autora faz distinção entre os diálogos que aconteceram no passado, em que Defred conta aquilo de que se lembra do passado, e os diálogos do presente, o que nos ajuda a situar bem na história.

Gostava que tivessem explorado mais o final, se bem que deixa bem clara a sua mensagem de esperança, ou que tivessem pelo menos feito uma sequela em que se descobre o que aconteceu ao Luke e à filha dela.

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Acredito que cada livro tem o seu tempo e o que pode passar despercebido em 1985 pode ter um sucesso desmedido em 2016 ou 2017. É o caso deste livro que neste momento tem grande importância para a luta maior que se enfrentou , mas que agora é que começam a conseguir ouvir-se: os direitos das mulheres.

Porém confesso que acho a série muito melhor trabalhada. Tem o livro como base e criou o enredo consistente à volta disso.

O livro podia ter sido trabalhado tal como a série e é por isso que sinto que ficou áquem das expectativas.
(e atenção, eu vi a série depois de ler o livro, por isso para te achado a série melhor conseguida é porque é mesmo...)

Gostei? Gostei, mas acabei o livro com aquele pensamento que o livro foi morno, muito meeeeeeh, podia ser melhor..

Na realidade esperava outra coisa, outra escrita e esperava que tivesse aprofundado mais.
 
Classificação: ★★★☆☆


5 comentários:

  1. Que livro legal, gostei.

    http://www.blogsecretplace.com/

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  2. Desconhecia esse livro mas a história em si parece ser muito interessante! 😊

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  3. A grande novidade desta semana é que o Reino já tem instagram oficial :D adiciona-me e já agora, se puderes partilhar, agradecia!

    Beijinhos,
    O meu reino da noite | facebook | instagram | bloglovin

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