terça-feira, 28 de maio de 2019

Demons of Time: Race to the Seventh Sunset (Time Travelers #1) | Varun Sayal

Demons


A história começa por se desenvolver na Índia, no ano 3077 B.C. Tej é um homem simples que vive uma vida humilde, mas o seu passado é de muita dor e sofrimento. Em criança testemunhou a tortura aplicada à sua mãe por dois demónios do tempo Kumbh e Vetri. Depois de anos de captura, conseguem escapar com a ajuda de Rigu, um homem sábio que os ajuda a chegar à sua vila em segurança.

Vinte anos se passaram, Tej tem a sua própria família e vive relativamente em paz consigo próprio, até que Rigu o visita e pede a sua ajuda: Kumbh escapou da prisão do futuro em que o tinham colocado e Tej é o único que pode viajar até 2024 A.D para o capturar novamente.

Este é o momento que Tej esperou desde que fugiu com a mãe, este é o momento em que Tej fará a diferença e vingará todo o tormento que assombrou a sua.



Já tinha lido a short-story Time Crawlers e, por isso, já estava um pouco familiarizada com a escrita do autor mas este livro surpreendeu-me IMENSO! Adorei a forma como está escrito, não demasiado curto nem demasiado longo e foi muito agradável ver a expansão dos conceitos abordados em Time Crawlers neste livro. 

O autor faz um excelente trabalho ao explicar cada conceito, o que é uma maravilha para os iniciantes em ficção científica, e especialmente iniciantes em teorias do tempo, pois não se atrapalham a ler esta história.

O Tej é uma personagem muito inteligente e as suas ações são bastantes consistentes com a pessoa que ele demonstrou ser desde o início. Também gostei de ver todo o "futurismo" descrito por Tej em volta do ano 2024, que para nós está à distância de 5 anos.

Gostei muito do desenvolvimento da história, não desilude e os plot twists são muito bons! Recomendo vivamente a leitura deste livro. Se gostam de ficção científica este é um must-read!

Classificação: ★★★★☆

Nota: Este livro foi-me enviado pelo autor em troca de uma resenha honesta, fosse ela positiva ou não. Todas as opiniões expressas nesta resenha são completamente minhas. 

Com amor, Brenda

sexta-feira, 17 de maio de 2019

And We Call It Love | Amanda Vink

Love
Nota legal: Este livro foi-me enviado pela editora via Netgalley em troca de uma resenha honesta. Todas as opiniões expressas nesta resenha são completamente minhas. 


And We Call It Love (tradução: "E chamamos isto de amor") é um livro de poesia que nos traz uma história de amizade, relações tóxicas e força interior.

Claire e Zari são melhores amigas. Escrevem músicas juntas, conhecem-se melhor do que ninguém e são inseparáveis.

Claire é uma miúda com algumas dificuldades por isso o dinheiro que faz a tocar violão na rua é para preencher necessidades que existem em casa. Zari vem de uma família com dinheiro e está constantemente sobre a pressão de concretizar o que os pais sonharam para ela.

O problema é que os pais de Zari não gostam de Claire... nem o seu recente namorado, Dion.

Quando um namorado não gosta da nossa melhor amiga, isso já é sinal de que algo está mal. Das duas uma: ou realmente a nossa amizade não é a melhor, mas isso já nós sabemos - e lá está, insistimos nessa relação também tóxica-, ou isso é um alerta para prestarmos atenção ao nosso(a) parceiro(a). Mas Zari ignorou todos os sinais.

Identifiquei-me muito com este livro porque já fui a Zari em algumas situações e já fui uma Claire tentando resgatar uma amiga dessa situação. Sei o quão difícil é vermos que as pessoas nos afastam e não sabemos bem porquê, mas é preciso ter muita paciência e ser sempre um apoio para aquela amizade, mesmo que não concordemos com o rumo que a pessoa está a tomar.

"É difícil para uma árvore sobreviver sem o seu sistema de suporte"

Nós vamos achar que a pessoa sabe bem em que situação está e não sai porque não quer, mas as coisas são muito mais complicadas do que parecem. Para quem está na situação é muito difícil sentir que pode sair, há sempre o medo das consequências de terminar a relação. O que o Dion fez foi tirar o sistema de apoio à Zari e os pais, querendo ou não, também contribuíram para isso. Começou com pequenas coisas que lhe deitaram abaixo a auto-estima e depois voltou a inflá-la com as típicas palavras "amo-te", "preciso de ti" e ela até acha que o problema de ver algo de errado com o comportamento dele é puramente culpa dela. 

Aprendi com o Dion que normalmente os abusadores são meninos insatisfeitos consigo próprios e que têm que ser o centro do universo a todo o momento e quando encontram o seu alvo não vão descansar enquanto não vergam a pessoa à sua vontade.

Com este livro pensamos muito sobre quantas vezes não toleramos algumas atitudes como as Dion, quantas vezes não nos culpamos por algo que o outro tenha feito porque "foi consequência das nossas ações", quantas vezes nos apagamos para o outro brilhar porque se brilharmos vamos ter repercussões, seja físicas ou psicológicas? E não falo só relativamente a relação amorosa, falo também de amizades e família. Temos de parar de nos anular por outras pessoas. Temos de parar de romantizar aquilo que é tóxico.

O livro está tão bem construído que os poemas parecem prosa e a história das duas amigas é contada de uma forma tão fluída que nos perdemos no tempo. Adorei o facto de o narrador ir variando, permitindo-nos ver a situação das duas perspectivas: a da vítima e a da amiga que se sente sem poder de ajudar a outra.

Por isso, recomendo vivamente a leitura deste livro, porque ele conta-nos uma história pela qual já podemos ter passado em algum momento da nossa vida, ou então que vimos alguém passar e mostra-nos que é preciso agir, nem que seja pela pequena grande ação de estar ali pelo outro.

Para quem está iniciando as leituras em inglês este livro é uma boa aposta, visto que a sua linguagem é bastante simples e sem grandes floreados, a autora diz o que tem a dizer e a mensagem é bem clara. 

Gostaria de agradecer à autora Amanda Vink, à editora West 44 Books e ao Netgalley pela oportunidade de ler este livro. Um dos melhores que li até agora em 2019!

Classificação: ★★★★★

Com amor, Brenda

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Girls of Paper and Fire | Natasha Ngan

Gostas de YA, mundos mágicos, palácios, romances proibidos, rebeldia, vinganças e personagens femininas fortes? Então este livro é para ti.

Paper
Sinopse: Each year, eight beautiful girls are chosen as Paper Girls to serve the king. It's the highest honor they could hope for...and the most cruel.

But this year, there's a ninth girl. And instead of paper, she's made of fire.

In this lush fantasy, Lei is a member of the Paper caste, the lowest and most oppressed class in Ikhara. She lives in a remote village with her father, where the decade-old trauma of watching her mother snatched by royal guards still haunts her. Now, the guards are back, and this time it's Lei they're after--the girl whose golden eyes have piqued the king's interest.

Over weeks of training in the opulent but stifling palace, Lei and eight other girls learn the skills and charm that befit being a king's consort. But Lei isn't content to watch her fate consume her. Instead, she does the unthinkable--she falls in love. Her forbidden romance becomes enmeshed with an explosive plot that threatens the very foundation of Ikhara, and Lei, still the wide-eyed country girl at heart, must decide just how far she's willing to go for justice and revenge.

TW: violence and sexual abuse.
Uma vez li que este livro era o encontro entre "As memórias de uma Gueixa" e "A Seleção" e olhem que não nego as semelhanças... Mas penso que a melhor descrição seria "um pouco de A Seleção e um pouco de The Handmaid's Tale".

Em Ikhara as pessoas são segregadas em 3 castas: Moon, Steel e Paper, dependendo da sua natureza, ou seja os demónios são da casta Moon (Lua), os da casta Steel (Aço) são meios demónios meios humanos e os humanos pertencem à Paper (Papel).

Todos os anos são escolhidas 8 raparigas humanas para servir o Rei Demónio, as Paper Girls. Essas raparigas são escolhidas a dedo por todo o reino e no fim as 8 contempladas têm a honra de ser concubinas do Rei (sintam a ironia na palavra "honra"). Basicamente estas raparigas são escolhidas para ser escravas sexuais do Rei.

Lei é uma moça de 17 anos assombrada pela memória do rapto da mãe num assalto ordenado pelo Rei há 7 anos. Ajuda diariamente o pai na sua loja, mas por ter uma característica particular acaba por atrair as atenções de pessoas indesejadas. Um dia, quando o General volta à vila, Lei encontra-se perante o desafio de deixar a sua família e ser uma Papel Girl ou morrer junto com os que ama.

A escolha não é fácil, mas Lei faz o que precisa de fazer para manter a família em segurança e aceita ser uma Paper Girl.

Ser Paper Girl é ser propriedade do Rei, é não ter família, é viver para a vida do palácio PARA SEMPRE.

Quando comecei a ler não estava a contar com uma história assim. Achei o livro muito diferente do que já li e confesso que não estava NADA à espera do rumo que ele tomou.

Esqueçam A Bela e o Monstro, esqueçam A Seleção, esqueçam TUDO. Este livro vai rebentar com todos os padrões que vocês possam imaginar. 

Uma das coisas que mais me marcou foi o facto de ela descrever o Rei Demónio como bonito, charmoso, etc o que contrasta com a pessoa cruel que ele é em privado. Lembrem-se, as Paper Girls são raparigas que ele usa e abusa porque "são suas" e ele pode fazer delas o que quiser... Por isso fica o aviso: este livro contém cenas de violência e abuso sexual, que embora não sendo muito gráficas, são intensas. 

Apesar das circunstâncias, a pequena inocente Lei leva-nos a acreditar que desde que tenhamos amor próprio, e uma faísca de esperança dentro de nós, podemos lutar pelo que queremos uma vez e outra e vamos conseguir sobreviver a uma vida de opressão.

Girls of Paper and Fire é um hino à força que existe dentro de nós, à coragem, à rebelião nos mais pequenos atos.

Girls of Paper and Fire ensina-nos também que a amizade verdadeira vence diferenças políticas, como é o caso da amizade entre a Lei e a Aoki. A amizade que as une do início ao fim deste livro é incrível. Sempre que achamos que elas vão virar costas uma à outra a amizade prevalece. A história destas duas personagens é muito inspiradora.

O único defeito é ser uma trilogia. Estava à espera que fosse um stand alone, porque trilogias por terminar já tenho eu muitas, mas pronto lá comecei esta sem saber que não era livro único e agora vou levar até ao fim porque quero saber o que vai acontecer com o nosso casal romântico.

Girls of Paper and Fire é um livro obrigatório para todos aqueles que adoram YA e empoderamento feminino. Acredito que temos aqui a próxima pérola do YA!

Classificação: ★★★★★

Com amor, Brenda