terça-feira, 27 de novembro de 2018

Red Queen (Rainha Vermelha) | Victoria Aveyard

Aveyard

SinopseO mundo de Mare, uma rapariga de dezassete anos, divide-se pelo sangue: os plebeus de sangue vermelho e a elite de sangue prateado, dotados de capacidades sobrenaturais. Mare faz parte da plebe, os Vermelhos, sobrevivendo como ladra numa aldeia pobre, até que o destino a atraiçoa na própria corte Prateada. Perante o rei, os príncipes e nobres, Mare descobre que tem um poder impensável, somente acessível aos Prateados.

Para não avivar os ânimos e desencadear revoltas, o rei força-a a desempenhar o papel de uma princesa Prateada perdida pelo destino, prometendo-a como noiva a um dos seus filhos. À medida que Mare vai mergulhando no mundo inacessível dos Prateados, arrisca tudo e usa a sua nova posição para auxiliar a Guarda Escarlate - uma rebelião dos Vermelhos - mesmo que o seu coração dite um rumo diferente.

A sua morte está sempre ao virar da esquina, mas neste perigoso jogo, a única certeza é a traição num palácio cheio de intrigas. Será que o poder de Mare a salva... ou condena?
Já tinha ouvido falar neste livro, mas quando vi a capa e li a sinopse... ui foi amor à primeira vista!

Neste mundo a divisão da sociedade é feita entre os nobres de sangue prateado e os plebeus de sangue vermelho.

A história começa com o dia-a-dia de Mare, a nossa personagem principal. Mare não tem nenhuma habilidade especial, não tem sangue prateado, que confere poderes aos que o possuem, e muito menos um talento para trabalhar e, por isso, não tem mentor. Como está quase a atingir a maioridade e sem uma qualidade que a faça contribuir honestamente para a sociedade, Mare sabe que o seu destino será ir para a guerra, ser um soldado, tal como os seus irmãos foram.

Porque os de sangue vermelho são a plebe e se não contribuem de forma positiva para a sociedade são postos para morrer na guerra. Basicamente os vermelhos são carne para canhão.

Porém, ao invadir a cidade dos prateados para tentar roubar o máximo de coisas que conseguisse antes da sua partida, Mare prejudica gravemente a sua irmã. No meio da sua tentativa de solucionar a situação, um bom samaritano arranja-lhe um trabalho no palácio e é aí que a verdadeira aventura começa.


Neste livro está presente uma crítica social que se pode aplicar à nossa sociedade, poderes à parte, claro. Só tem poder quem consegue mexer com as nossas cabeças, há desigualdade social, há exploração e há sobretudo uma divisão entre os ricos e os menos afortunados, isto é, os prateados e os vermelhos.

Alguém disse que esta história é uma mistura de A Seleção, Os Jogos da Fome, Divergente e Graceling. Não sei quanto ao último livro, pois não o li, mas em relação aos outros, posso dizer que reconheço semelhanças com a Katniss de Hunger Games, reconheço a rebeldia contra o poder de Divergente, mas não percebi porque compararam com A Seleção... Talvez porque há uma monarquia com um Rei/Rainha mau/má como as cobras?

Encontrei muitas semelhanças com a Katniss Everdeen, principalmente o facto de quebrar as regras para poder alimentar a sua família. Porém encontrei também muitas coisas em que são completamente diferentes e que mostram que Mare é mais falível e que comete erros graves mesmo com as melhores intenções.

Mare é detestada pelas gentes da sua cidade, por roubar.

Porém, percebi que a ideia era comparar a livros do mesmo género que tiveram imenso sucesso, mas se quisessem comparar a sério, o livro mais indicado teria sido A Guilda dos Mágicos de Trudi Canavan, uma das minhas sagas favoritas da vida!

O livro já saiu há algum tempo e, por isso, de tanto ouvir falar nele criei muitas expectativas. Confesso que me desiludiu um pouco porque, mesmo sendo quadrilogia, pensei que o primeiro livro ia ter muitos eventos "bombásticos". Não teve assim tantos quanto esperava.

Gostei do livro? Sem dúvida! Quero ler mais? Com certeza (já comprei os outros 3 livros da série )! Porém espero que haja maior desenvolvimento dos outros livros do que houve neste.

Não sei bem se sou #TEAMCAL ou #TEAMMAVEN mas a realidade é que independentemente do que o Maven possa fazer não consigo confiar nele. Afinal o Maven é filho de quem é né...?

Li este livro no Verão, para o Book Bingo Leituras ao Sol, na categoria de livro que comprei pela capa, mas fui deixando passar o tempo e acabei por não publicar a resenha. Até agora! A resenha veio tarde e o livro já é extremamente conhecido mas achei por bem escrevê-la na mesma porque pode haver gente que não o conheça e a minha opinião pode fazer a diferença (sei lá, gosto de acreditar que sim!).

Classificação: ★★★★☆

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A Todos os Rapazes que já amei | Jenny Han




Sinopse: 
«Guardo as minhas cartas numa caixa de chapéu verde-azulada que a minha mãe me trouxe de uma loja de antiguidades da Baixa. Não são cartas de amor que alguém me enviou. Não tenho dessas. São cartas que eu escrevi. Há uma por cada rapaz que amei — cinco, ao todo.

Quando escrevo, não escondo nada. Escrevo como se ele nunca a fosse ler. Porque na verdade não vai. Exponho nessa carta todos os meus pensamentos secretos, todas as observações cautelosas, tudo o que guardei dentro de mim. Quando acabo de a escrever, fecho-a, endereço-a e depois guardo-a na minha caixa de chapéu verde-azulada.

Não são cartas de amor no sentido estrito da palavra. As minhas cartas são para quando já não quero estar apaixonada. São para despedidas. Porque, depois de escrever a minha carta, já não sou consumida por esse amor devorador. Se o amor é como uma possessão, talvez as minhas cartas sejam o meu exorcismo. As minhas cartas libertam-me. Ou pelo menos era para isso que deveriam servir.»
Este livro é um dos mais amorzinhos que li este ano.

Lara Jean tem a mesma mania que eu: escrever sobre o que sente e guardar isso numa caixa. 

Um dia a caixa de chapéu em que Lara Jean guarda as cartas desaparece e com ela as cartas... Que foram enviadas aos destinatários, a.k.a os crushes da Lara Jean! E aí surge um triângulo amoroso (ou melhor, um quadrado amoroso!).

No meio de hormonas, namoros falsos e sentimentos verdadeiros, como é que Lara Jean vai resolver a embrulhada em que se meteu?

Revi nela os meus anos de adolescente em que tinha um diário e escrevia cartas para guardar numa caixa (que no meu caso era de sapatos).

E confesso que ainda sou um pouco Lara Jean no que toca a ser desastrada.

Acredito que esta personagem acaba por ser uma representação de muitas meninas na sua adolescência: cheia de crushs, amores platónicos, roupas diferentes e inabilidade para assumir o que sente.

Recomendo este romance a toda a gente, sem exceção. Penso que desde que se consiga perceber o intuito do livro e a leveza com que ele deve ser tratado pode adequar-se a qualquer idade, pois na verdade o objetivo deste livro não é educar ou transmitir propriamente uma mensagem mindblow que vira o teu mundo do avesso, mas sim desfrutar de um chick-lit, um romance levezinho de teenagers. 

Por vezes precisamos de um livro leve e fofinho assim para descansar a alma dos livros cheios de mensagens encondidas nas entrelinhas.

Classificação: ★★★★★

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Desafio Literário: Ano Novo com Livros

À semelhança do que fiz no verão com a Maratona de Verão Momentos de Ataraxia, decidi que gostava de fazer algo do género para o final do ano. Como tal, decidi criar este desafio, não propriamente de natal, mas algo que nos fizesse encerrar o ano com livros. As categorias são as seguintes:

1. Lê o livro mais antigo da tua TBR/wishlist de 2018
Aquele livro que tens para ler desde o início do ano, mas por algum motivo vai sempre sendo ultrapassado por outros. Desafia-te a ler esse.

2. Lê um livro que se passe no natal ou no clima das festividades de ano novo

3. Lê o último livro que compraste
Acredito que alguns de vocês, tal como eu, não lêem imediatamente um livro mal ele chega a casa. E é por isso que eu tenho IMENSOS livros na minha estante de livros para ler... 

4. Lê um livro cujo tema principal seja a família
Nesta quadra é celebrada, acima de tudo, a família, a união com as pessoas que mais amamos. Por isso lê algo inserido neste tema.

5. Termina pelo menos um livro que começaste a ler e não terminaste OU lê pelo menos uma continuação de um livro
Para todos aqueles que, como eu, se aventuram a ler um ou mais livros ao mesmo tempo, esta é uma categoria importante! :p Lê pelo menos um livro que começaste e não terminaste! Tenta começar o ano novo sem livros meio-lidos. Além disso, se tiveres séries de livros que queiras terminar, este é o desafio para ti (por exemplo, eu sei que provavelmente vou ler o último livro da série Hush Hush para esta categoria).

6. Lê o que te apetecer
... e que tenhas um bom ano novo ;)

Desafio

Não há regras, se quiserem ler mais do que um livro por categoria, ótimo! O objetivo do desafio é mesmo lerem o máximo, tentarem completar tudo o que têm pendente e divertirem-se MUITO.

O desafio começa no dia 20 de Dezembro e termina a 11 de Janeiro.

Porquê estas datas específicas? Porque queria que o desafio começasse por volta do natal e acabasse já no ano novo.

A tag do desafio é: #newyearwithbooks e convido-vos a juntarem-se ao grupo no facebook destinado ao desafio.

Espero que tenham gostado desta proposta e que participem no desafio, claro  Espero pela vossa opinião nos comentários!

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Moon Truths by Gabriella Ray

Truths
Sinopse (tradução livre): "Verdades da Lua: poesia para inspirar, curar e capacitar as mulheres" é uma celebração da força feminina. É uma história poderosa contada através de quarenta poemas cativantes sobre como, de tempos a tempos, as mulheres crescem e triunfam através dos desafios e adversidades que enfrentam. Este livro irá inspirar as mulheres a melhorar suas vidas, a amarem-se a si mesmas e a reivindicar todas as coisas maravilhosas que merecem. 
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à autora por me ter cedido este livro via netgalley em troca de uma opinião honesta. Este é um livro com poesia incrivelmente inspiradora. Fala sobre amor-próprio e aceitação.

É um livro bem pequenino, tem cerca de 50 páginas, pelo que nos mostra que a poesia não precisa ser em grandes quantidades, nem com linguagem complicada, para conquistar um espaço no nosso coração. Apesar disso, senti que precisava de mais poemas, mais páginas, MAIS! Espero que a Gabriella nos presenteie com mais livros com escrita deste género!

Gabriella Ray mostra-nos que podemos amar e ser amados, amar os outros e amarmos-nos a nós próprias ainda mais, ser fortes e vulneráveis ao mesmo tempo.

Partilho convosco o meu poema favorito (Shine):

It's impossible
to gaslight
a person

Whose truth
can shine
all on its own.

Ler este livro é uma viagem de emoções boas, queremos sempre mais e mais. Dei por mim a reler imensos poemas já depois de ter terminado o livro.

Moon Truths relembra-te o quão espectacular tu és e inspira-te a continuar a acreditar nisso todos os dias.


Não é um livro com vocabulário difícil, pelo que recomendo a leitura a pessoas que não se sentem tão seguras a ler em inglês. Este é um ótimo livro para começar na aventura que é ler em inglês.

Classificação: ★★★★☆

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Fora de mim | Out of My Mind de Sharon M. Draper

Se só puderem ler um livro este ano: leiam este.

Provavelmente não vai ser o melhor livro que vão ler na vossa vida, mas leiam e vão perceber porque o devem ler!

Fora de mim

Sinopse: Melody tem onze anos e uma memória fotográfica. O seu cérebro é como uma câmara de filmar que está sempre ligada. SEMPRE. Não existe forma de o parar. Ela é a rapariga mais inteligente da sua escola, mas ninguém imagina que isso possa sequer ser possível.
A maioria das pessoas, incluindo os seus professores e médicos, não acredita que Melody seja capaz de aprender, e os seus dias são passados a ouvir as mesmas canções da pré-escola, uma e outra vez. Se ao menos ela conseguisse falar, dizer às pessoas o que pensa e o que sabe. Mas não consegue. Não consegue falar. Não consegue andar. Não consegue escrever.
Estar presa dentro do seu corpo é cada vez mais difícil de suportar. Mas tudo está prestes a mudar com a descoberta de algo que a pode ajudar finalmente a comunicar com as suas próprias palavras. Só que nem todos à sua volta parecem estar prontos para a ouvir.
Um livro extraordinário e que nos faz ver o mundo com outros olhos.

Este é um livro que nos aperta o coração nas primeiras páginas.

Conta-nos a história de Melody, uma menina de 11 anos com paralisia cerebral.

Melody está aprisionada dentro do seu corpo sem conseguir falar, andar ou escrever. E para alguém com essas limitações é muito difícil mostrar efetivamente o quão inteligente é.

Até que surge um meio de poder comunicar.

Li este livro pouco depois de ler "Viver depois de ti" (resenha AQUI) e não consegui deixar de comparar ambos os livros. Por um lado havia alguém que experimentou uma vida de aventuras e mesmo conseguindo-se exprimir tomou a decisão de terminar com a sua vida. Por outro, temos uma criança que só quer ser capaz de comunicar e viver através das palavras. Vi força de vontade nos dois e se o primeiro me ensinou que temos que respeitar a opinião dos outros, o segundo ensinou-me que nós nunca, mas nunca, vamos ser capazes de entender verdadeiramente o que uma pessoa com estas condições pensa ou sente. A única coisa que podemos fazer é estar ao seu lado e lutar contra o preconceito.

Acredito que deve ser angustiante querer comunicar e não conseguir, principalmente quando existe um cérebro perfeitamente capaz de aprender e ao qual é imposto o estereótipo de "atrasado" ou "deficiente", que é o que acontece com Melody no livro. Como não é capaz de comunicar não consegue provar que é inteligente e tem que passar os seus dias a ouvir e ver a sua professora a ensinar o abecedário pela 1037463489738463948 vez (só de ler, eu já estava enervada, imagino quem ouve a mesma aula durante anos seguidos e não consegue dizer que quer aprender outras coisas!).

Que agonia! Acho que qualquer um se passava dos carretos caso tivesse que ouvir o som da letra B pela enésima vez.

Esta é uma leitura infanto-juvenil que ensina sobre a tolerância e esperança. Recomendo a leitura a pequenos e graúdos.

Classificação: ★★★★★

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Crazy Rich Asians | Kevin Kwan



Crazy
Nota: Apesar de ter lido o livro em inglês e ainda não ter tradução em Portugal, deixo-vos uma sinopse da edição do livro no Brasil.
Sinopse (BR): Best-seller internacional que inspirou uma das mais aguardadas adaptações cinematográficas do ano. Quando Rachel Chu chega à Cingapura com o namorado, o charmoso Nicholas Young, para acompanhá-lo ao casamento de seu melhor amigo, imaginava passar dias tranquilos com uma simpática família, longos passeios de carro explorando a ilha e bastante tempo ao lado do homem com quem um dia talvez fosse se casar. Só que Nick não mencionou alguns detalhes... Como o fato de sua família ter muito, muito dinheiro, que ela iria viajar mais em jatinhos particulares do que de carro e que caminhar de mãos dadas com um dos solteiros mais ricos da Ásia era como ter um alvo nas costas. Em pouco tempo, Rachel se vê transportada para um episódio de Gossip Girl, só que na Ásia e com pessoas podres de ricas, que não vão poupar a simples professora universitária das fofocas e intrigas. Isso sem falar na mãe de Nick, uma mulher com opiniões bem fortes sobre com quem seu filho deve – ou não – se casar. Um passeio pelos cenários mais exclusivos do Extremo Oriente – das luxuosas coberturas de Xangai às ilhas particulares do mar da China Meridional –, Asiáticos podres de ricos é uma visão do jet set oriental por dentro. Com seu olhar satírico, suas cenas memoráveis e seus vários momentos hiperultrafashion, Kevin Kwan traça um retrato engraçadíssimo do conflito entre os novos-ricos e as famílias tradicionais em seu romance de estreia, que já fez milhares de leitores chorarem de tanto rir no mundo todo.

Um dos livros mais famosos do momento e que neste verão teve direito a adaptação cinematográfica.

Esta é a história de uma família que é quase realeza em Singapura. Enquanto vamos conhecendo as várias linhagens da família, e respetivas perspetivas, vai desenrolando-se a história de Rachel Chu e Nick Young, um casal de professores universitários que namoram há 2 anos, e vão a Singapura  de férias para o casamento do melhor amigo de Nick. 

Assim, Rachel entra neste mundo, do qual não tinha absolutamente conhecimento nenhum, e é alvo de partidas e mau olhado por todas as interessadas no solteiro mais cobiçado de Singapura. Já não bastava isso como também a família de Nick encara Rachel como uma gold digger (a.k.a caçadora de fortunas), alguém que só pretende o dinheiro de Nick e dos Young.

Então Rachel começa a sofrer represálias por namorar com o futuro herdeiro da família Young.

Confesso que me irritou um pouco a Rachel sofrer, com tudo o que lhe faziam, e nunca dizer nada ao Nick! Deu vontade de arrancar a personagem do livro e dizer "Oh mulher, manda essas avestruzes interesseiras ir dar uma volta!", porém entendo que num mundo em que tudo é novo ela não queria que Nick percebesse que o "seu" mundo não estava a ser simpático para a sua cara-metade.

Paralelamente vamos também conhecendo a história de Astrid, prima de Nick e rainha do JetSet asiático, e do seu casamento que se está a deteriorar.

Gostei MUITO deste livro, apesar de ter levado 3 semanas a lê-lo! Não demorei a ler por o livro ser desinteressante, o problema foi mesmo ter lido numa edição em que a letra era extremamente pequena.

Ia ficando sem vista com esse tamanho de letra!

Este livro é um ícone de empoderamento cultural. Protagonizado por asiáticos, torna-se um ponto de referência para todos aqueles que se identificam com estas personagens e cultura.

Classificação: ★★★★☆

Tenho muita pena que o filme não chegue aos cinemas portugueses (pelo menos até agora não chegou). Mas televisões, comprem este filme por favor, nunca vos pedi nada!



quarta-feira, 7 de novembro de 2018

O Barqueiro | Claire McFall

Barqueiro

Sinopse: Dylan é uma adolescente, vive com a mãe, nunca conheceu o pai. 
Até agora. Quando o pai entra em contacto, e a convida a visitá-lo, ela aceita sem pensar duas vezes. E, contra a vontade da mãe, parte para Aberdeen, no Norte da Escócia. Vai de comboio, através de paisagens desoladas. Ao passar num túnel, dá-se um acidente terrível. E Dylan é a única sobrevivente. Ou talvez não.

Ao emergir dos escombros encontra-se numa paisagem desolada, desértica. E Tristan, um rapaz de olhos tristes, está à sua espera. 
É ele o barqueiro, é ele quem terá a missão de a levar, através de um cenário cada vez mais assustador, para o outro lado - tal como fez milhares de vezes antes, com milhares de outras pessoas. 

Desta vez, porém, tudo é diferente. Perseguidos por fúrias à caça de almas humanas, Tristan e Dylan aproximam-se cada vez mais. 
Mas há um limite. Eles já não pertencem a este mundo. E no outro lado, há uma fronteira que ninguém consegue passar. A não ser que…

O Barqueiro, inspirado no mito grego do Barqueiro do Hades, é uma história de amor profundamente original, que desafia os limites da morte. Obra premiada na Escócia, país natal da autora, Claire McFall, tornou-se um dos maiores bestsellers contemporâneos na China, onde já vendeu mais de um milhão de exemplares - e onde permanece há anos entre os dez livros mais vendidos.

Adorei, adorei, A-DO-REI! Uma história linda. Li o livro em um dia e senti que, quando o terminei, tinha passado um século de aventuras. 

No início do livro conhecemos uma Dylan curiosa para ir conhecer o pai, que se divorciou da mãe quando ela era pequena e nunca mais manteve contacto. Dylan entra no comboio para ir ter com ele e ao passar num túnel dá-se um acidente terrível. Inicialmente ela acha que foi a única sobrevivente, todavia, depois de conhecer Tristan, um rapaz da sua idade que estava ao fundo do túnel, começa a aperceber-se que algo não está bem. E é-lhe então explicado que morreu e Tristan é o guia que a ajudará a atravessar as terras perdidas em direção ao local onde a alma dela estará a salvo para a eternidade.

À partida questionei-me se o livro iria resultar, visto que os diálogos entre Tristan e Dylan teriam que ser extremamente completos para não nos aborrecermos e acreditem quando vos digo que: não aborrecem, muito pelo contrário!

Todo o livro é uma reflexão constante sobre a vida e a morte e, claro, como eles se apaixonam a questão que fica no ar é sempre "Será que o amor deles irá superar a morte?".

O único ponto menos positivo a apontar seria talvez o relacionamento com a mãe. Não consigo entender o fosso que existe entre as duas e, sinceramente, quando Dylan descobre que está morta até nem parece dar grande relevância a nunca mais poder estar com a mãe. Posso estar enganada neste sentido, mas pelo menos foi aquilo que senti.

"O Barqueiro" tem todos os pontos que aprecio num bom livro: romance cliché, um casal invejável, magia e boa escrita. A autora agarra-nos à história como poucas conseguem.

Não posso deixar de mencionar que a edição, tanto a capa como a ilustração que se encontra no início dos capítulos, está muito bem conseguida!

Este é sem dúvida um dos melhores livros que li na minha vida. No fim há um excerto da sequela e só vos tenho a dizer que a quero ler para ontem. Quero mesmo saber como a história irá continuar! Sem dúvida que recomendo a leitura. Não se irão arrepender!

Lamento que a esta resenha seja curtinha, mas por vezes quando adoro o livro tenho uma ENORME dificuldade em falar dele, por um lado porque há tanta coisa por dizer, e não quero dar spoilers, e por outro porque fico sem palavras para descrever o quanto achei o livro incrível. 

A sério, leiam e vão perceber porque fiquei encantada.

Classificação: ★★★★★

Nota: Livro lido para a categoria "Um livro com uma capa em tons escuros" - Maratona Fall in Stories

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Só no escuro podes ver as estrelas | Cristina Boavida



estrelas

Sinopse: Há muito tempo que Sofia deixou de ter vontade de acordar. É verdade que está desempregada, que tem um namorado desinteressante e que vive com uma mãe deprimida, mas tirando estes pequenos "infortúnios", tão banais nos dias que correm, não se pode queixar da vida. Na verdade, a existência de Sofia não é muito diferente da de todos nós. Mas de uma noite para a outra, o seu mundo fica virado do avesso. E tudo começa a mudar no momento em que um estranho entra na sua vida.

Um livro nacional surpreendente e com uma das melhores protagonistas mais sinceras que tive a honra de conhecer.

Sofia é uma jovem portuguesa desempregada que existe para ir ao Centro de Emprego e fumar. Passa os dias desanimada, tem um namorado que anda no mundo porque vê os outros andar e uma mãe deprimida.

Sofia limita-se a existir e não a viver. 

Mas tudo muda quando numa aborrecida noite de férias no Alentejo vê uma estrela cadente e pede um desejo. O que não sabe é que lhe cai, literalmente, um homem do céu que lhe irá virar a vida do avesso.

Nesse momento, por obra do destino, cruzam-se duas vidas que jamais se deviam encontrar, mudando o conceito de "humanidade" para sempre.

Entre fugas com o carro do namorado Pedro, estadias em hotéis não pagas, assaltos a bancos, perseguições e extraterrestres, Sofia apercebe-se que a sua vida não é a mesma e que meter-se em sarilhos com um extraterrestre, que no fim terá que lhe apagar a memória, vale mais do que levar a vida vazia que levava.

Nada é expectável neste livro, a não ser o casal romântico, claro!

Gostei especialmente das passagens em que Sofia acaba por falar um pouco da tristeza profunda que sente recorrendo àquela filosofia barata que nos ganha o coração e nos faz identificar profundamente com o que ela sente e pensa.

Se procuram livros com histórias diferentes este é o livro ideal. Se procuram um(a) autor(a) nacional este é um livro que têm que ler obrigatoriamente!

Classificação: ★★★★★