Sou fã de livros para crianças, não sei se porque ainda permaneço uma, se porque outrora tive o sonho de escrever livros infantis (quem ainda se lembra que publiquei um conto ilustrado com a Sofia Magalhães na iniciativa "Jovens Autores de Histórias Ilustradas" da Leya/Nissan?). Por isso, quando a Porto Editora concordou enviar-me uma cópia deste livro, a criança em mim pulou de alegria.
Este livro conta a história de um neto criativo que tenta lidar da melhor forma com a descoberta de que o seu avô tem Alzheimer.
O que fazer quando alguém que amamos se esquece de nós? Como devemos lidar com isso? Será que contamos às crianças?
Este livro, sendo sobre uma doença que cada vez mais tem vindo a atingir as famílias portuguesas, tem uma forma delicada de abordar o tema, mostrando que é, sim, necessário falar sobre doenças, como o Alzheimer, às crianças.
Este é um livro que nos lembra, tal como diz o autor, que a pessoa pode já não ser ela, mas nós continuamos a ser os mesmos, e eu acredito que isto serve não só para esta doença como para tudo na vida. Não importa o que o outro faz, a forma como respondemos a isso só depende de nós. Não é porque a pessoa não se lembra que vamos deixar de a amar, de demonstrar carinho e de a tratar com respeito e com a decência que merece.
Um livro com uma história tão simples, mas uma mensagem gigante! Um livro que toda a gente deve ler, pequenos e graúdos, para relembrarem que quando o outro esquece, a tarefa de recordar com alegria as aventuras vividas cabe-nos a nós que não temos a borracha na cabeça.
As ilustrações do livro são feitas sob a forma de colagem e são das melhores coisas que vi nos últimos tempos, ora vejam:
Não há forma simples de lidar com esta doença, nem uma forma clara de a explicar às crianças, mas este livro faz um bom trabalho a sintetizar o fundamental:
"O amor é mais forte que o esquecimento."
Que lindo! <3
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