Em primeiro lugar, agradeço ao Horácio pelo envio do livro.
A foto não foi tirada na hora de melhor iluminação solar, ficou um pouco estourada como podem ver (ou serei eu que estou demasiado branca?? Devia ter ido mais à praia I guess ahah). Mas como adorei o local, e não podia esperar pela Golden Hour, queria mesmo tirar a foto deste livro aqui!
Aviso Legal: Este livro foi-me enviado pelo autor em troca de uma resenha honesta. Todas as opiniões expressas nesta resenha são verdadeiras e completamente minhas.
Poesia é das coisas que mais gosto de ler, mas, surpreendentemente, agora que penso nisso não tenho lido muita em português. 6 anos para ser mais precisa! Portanto, A Passagem é o primeiro livro de poesia que leio em português em anos, o que só por si já o torna um livro especial.
Este livro relembrou-me os tempos de escola em que lia e amava cada palavra de Fernando Pessoa. Agora vocês dizem "Credo Brenda, estás a comparar este livro às análises chatas que se fazem na escola", não, não estou, calma! Estou a comparar aos poemas cheios de palavras e significados escondidos que tornam a leitura de um poema uma grande aventura dependendo da interpretação e vivência de cada um.
E foi assim que me senti a ler o livro do Horácio: A Passagem é uma aventura! Adorei ler cada um dos poemas e procurar os significados escondidos, interpretar cada poema e... colocar marcações em quase todas as páginas!
O livro A Passagem está dividido em 3 partes: os Campos, a Corrente, a Passagem.
Na primeira parte temos uma pessoa que não sabe quem é e que adora as coisas simples da vida. Confesso que me lembrou Alberto Caeiro com toda a vontade de voltar à natureza e às coisas e sensações simples da vida!
A segunda parte é sobre irmos na corrente da vida, sobre descobrirmos quem somos pelo caminho. Há dúvidas, há certezas, voltam a haver dúvidas, mas é assim que é viver.
Na terceira parte parece-me que o sujeito poético estava consciente da morte, do fim da vida, daquilo que importa e dos sonhos que todos devemos ter e lutar como uma criança é capaz de lutar por aquilo que acredita. Uma criança não é corrompida pela realidade do que pode ser possível e impossível num sonho. Um adulto vive de aparências, vive daquilo que é belo por fora e vazio por dentro. E o sujeito poético parece-me um observador nesta parte, observador de uma realidade mais pesada, mais sombria.
Partilho convosco um pouco do meu poema favorito desta parte:
"(...)
Dói-me a cabeça das coisas que passam nela,E das coisas que lhe passam e ficam bem dentro.Ouço vozes de risos e congratulações,(talvez de alguma ligeira comédia)Que saem das bocas alheias que desconheço,Do desconhecido que é meu.E, porque é meu, assim o devesse conhecer,E a alma devesse ficar inteiraE as vozes assim devessem ser sussurros...E eu devesse ser alguém mais que eu,Eu, que nada mais sou que eu?À margem do que sou, só o rio das minhas[vontadesE o universo da minha capacidade.(...)"
Excerto do Poema I de A Passagem de Horácio N. Medina
Se pudesse deixava-vos aqui todos os meus poemas favoritos mas a questão é que... ia ter que transcrever praticamente o livro todo e isso não é propriamente legal, não é mesmo? Por isso, leiam para perceberem do que falo.
Este livro acompanhou-me nos dias em que fui a Lisboa e não podia ter escolhido melhor leitura para me acompanhar nas viagens de avião.
Classificação: ★★★★☆
Com amor, Brenda
Olá!
ResponderEliminarTambém já não me lembro da última vez que li poesia portuguesa...
A capa do livro está lindíssima e a tua opinião deixou-me bastante curiosa!
Vai para a minha lista! :D
Beijinhos
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Não sou fã de poesia mas gostei muito desse excerto! Beijinhos*
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