quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Fireside Chat with a Grammar Nazi Serial Killer | Ryan Suvaal

Killer
Sinopse: 
Seventeen gruesome killings across the United States, within a span of six months and there is one clear connection among victims. They were all writers. 
While media is decorating the murders with sensationalist stories, and law enforcement is playing catch-up, the homicidal maniac remains elusive and secretive. 
Things get very interesting, when one day she decides to appear on an internet talk show for an honest fireside chat.

Nota: Este livro foi-me enviado pelo autor, em troca de uma resenha honesta, positiva ou não. Todas as opiniões expressas nesta resenha são completamente minhas. 



Oh meu deus, o que é que acabei de ler? Que livro divertido!

É-nos contada a história de uma serial killer que mata pela raiva que os erros gramaticais lhe dão.

Grazine, pseudónimo desta serial killer,  justifica esse sentimento que lhe incita a matar com o facto de investir o seu tempo valioso a ler os livros para depois eles estarem repletos de erros gramaticais que lhe saturam a paciência.
"I invest my valuable time reading a book. (...) But when I start noticing typos, comma splices, sentence sprawls, lack of parallelisms in sentence structures, overuse of commas or complete lack of them. These gaffes just fuel my fire."
Grazine mata-os nas mais variadas circunstâncias e deixa sempre uma pista para reivindicar o assassinato: um livro do(a) autor(a) com os erros gramaticais assinalados e outras notas.

Mas Grazine tem o bom senso de não se achar perfeita, também ela escreve com erros gramaticais, mas justifica as suas ações dizendo que ela não pretende que leiam o que escreve, mas que se um autor escreve o seu livro e pretende que muita gente o leia então Grazine, enquanto leitora, está no seu direito de exigir perfeição.

Neste livro até se fala na perspetiva das opiniões menos positivas dos bookbloggers por causa da gramática.

Bem, aqui um aparte, comigo não vão ter esse problema, porque se o livro é em inglês, e visto que a minha língua materna é  o português, ainda que tenha estudado muitas destas coisas "técnicas" do Inglês quando andava no básico e no secundário, já não sei olhar para elas e perceber se está errado. Movo-me pelo "isto soa-me bem" ou o contrário, ou seja, apesar de tudo eu só preciso de compreender e não ando a reparar propriamente nesses erros. Mas sei que provavelmente os cometo ao escrever os posts em inglês. (Não me mates Grammar Nazi Serial Killer!)

O livro é bem pequenino, por isso não quero adiantar muito mais, mas quero salientar algumas citações que se evidenciaram e gostava de partilhar convosco:
"But when you did not respect me as a reader, WHY SHOULD I RESPECT YOU AS A WRITER?"
#storytime Achei piada a esta! Publiquei uma resenha de um livro na página do facebook do blog e houve um autor  que me respondeu que tinha escrito um livro no mesmo género e fez um breve resumo sobre o mesmo. Respondi ao comentário dele dizendo que o livro dele até parecia interessante (pelo que ele tinha explicado) e ele enviou-mo por email no mesmo dia. Eu achei atencioso da parte dele e agradeci, claro, mas a verdade é que não tinha fechado parceria nenhuma, mas senti-me um pouco na obrigação de ter que o ler e fazer uma opinião, visto que ele me mandou o livro. #Brendatrouxa

Apesar de eu encarar a receção dos ebooks como um compromisso, abri uma exceção para este autor no momento em que ele tratou mal imensa gente, inclusive a mim, num grupo de bloggers portuguesas.

Depois dessas situações lá no grupo em que ele era racista, xenófobo e super mesquinho, falei com ele e disse-lhe que agradecia que me tivesse mandado o livro mas que não o ia ler nem resenhar, pois não aprovo aquele tipo atitudes e só trabalho com pessoas que respeitam os outros.

Achei as atitudes dele desprezíveis, não respeitou ninguém, inclusive desrespeitou potenciais leitores dos seus livros, e, acima de tudo, não nos respeitou como seres humanos.


Este blog é contra qualquer tipo de discriminação!


Desculpem o textão sobre isto, mas nunca vos tinha falado  sobre este assunto e quando li esta frase no livro veio-me logo à memória toda esta situação e decidi que era a hora de vos contar isto.

Quando lhe perguntavam se ela matava por género, cor, idade etc, e ela responde:
"I am an equal opportunities serial killer"
Contrastando com o que se vê, por exemplo, em Mentes Criminosas, que normalmente no perfil do suspeito ele tem sempre preferências. Esta serial killer mata "sem discriminar"!

Adorei também a crítica que o próprio autor faz a outros colegas autores. Hilariante!
"If I started punishing all writers commiting grammatical mistakes, I might end up wiping out an entire generation of writers from the planet."
Este livro é, na sua maioria, narrado em forma de entrevista num programa clandestino, emitido na Dark Web, o que conjugado com o facto de ser uma short story (história curta) acaba por dar um caráter muito leve ao livro. Mas admito que tive pena de o livro ser tão pequenino, gostava de ter lido mais sobre isto.

Este livro chega a ser ridículo de tão engraçado que é. A cada parágrafo há pelo menos uma gargalhada. E, acima de tudo, este livro ensina-nos a refletirmos sobre as coisas que nos irritam e sobre o que podemos fazer quando atingimos esse limite.

Classificação: ★★★★☆



Com amor,  Brenda



domingo, 10 de fevereiro de 2019

They Called me Wyatt | Natasha Tynes

Tynes
Sinopse: 
When Jordanian student Siwar Salaiha is murdered on her birthday in College Park, Maryland, her consciousness survives, finding refuge in the body of a Seattle baby boy. Stuck in this speech delayed three-year old body, Siwar tries but fails to communicate with Wyatt's parents, instead she focuses on solving the mystery behind her murder. Eventually, her consciousness goes into a dormant state after Wyatt undergoes a major medical procedure.

Fast-forward twenty-two years. Wyatt is a well-adjusted young man with an affinity towards the Middle East and a fear of heights. While working on his graduate degree in Middle Eastern studies, Wyatt learns about Siwar's death, which occurred twenty-five years ago. For reasons he can't explain, he grows obsessed with Siwar and spends months investigating her death, which police at the time erroneously ruled as suicide. His investigation forces him to open a door he has kept shut all hislife, a spiritual connection to an unknown entity that he frequently refused to acknowledge. His leads take him to Amman, Jordan where after talking to her friends and family members and through his special connection with the deceased, he discovers a clue that unravels the mystery of her death. Will Siwar get justice after all?

Não tenho como descrever o quão original este livro é de entre todos os livros que já li!

They Called me Wyatt é um livro especulativo passado entre os Estados Unidos e a Jordânia e trata de temas como a imigração, identidade, diferentes tipos de amor e a constante necessidade de se integrar numa terra estrangeira. 

Neste livro é-nos apresentada a história de Siwar Salaiha, uma estudante da Jordânia, que foi assassinada no dia do seu 25º Aniversário, cuja consciência migrou para corpo de um menino chamado Wyatt, que nasceu no dia em que ela morreu.

Três anos depois, Siwar emerge do subconsciente do pequeno menino e é aí que começa a contar-nos a sua história através dos olhos de Wyatt, focando-se no presente, como uma mulher de 25 anos no corpo de uma criança de 3 anos, integrada numa família que não é a sua, e foca-se, principalmente, no passado, na vida que viveu e deixou incompleta.

A história está dividida em duas partes. Na primeira parte, enquanto Siwar desespera pela sua condição de ter "reencarnado" no corpo de um bebé que nem sequer sabe falar e ler, são apresentados flashbacks sobre a sua vida em Amman e, posteriormente, nos Estados Unidos.

Siwar conheceu muitos "boys lixo" ao longo da sua vida e, inclusive, Wyatt depois de crescer também é um bocadinho idiota, mas, vendo pelo lado positivo, pelo menos não é um completo idiota e ajuda a solucionar o mistério do assassinato de Siwar.

Siwar é uma protagonista forte, cheia de vida e sonhos. E é por isso que a família dela não acredita que a sua morte tenha sido suicídio.

Siwar tem uma presença que é impossível ignorar.

E é isso que Wyatt irá descobrir. O menino loiro de olhos azuis cresce e apercebe-se que é diferente, que algo dentro dele mexe com as suas escolhas, que algo o faz sentir familiaridade com coisas que não devia sentir familiaridade, que algo o compele a visitar países Árabes, que algo o atrai para uma rapariga natural da Jordânia que ele até nem acha assim tão atraente.

Então na segunda parte do livro, a história desenrola-se em volta do que aconteceu com Siwar e sobre o turbilhão de emoções e vontades que existe dentro do corpo de Wyatt.

Quando a autora me contactou para ler uma cópia avançada do seu livro, a primeira coisa que fiz foi pesquisá-lo, pesquisei-o no Goodreads e achei que ele se destacava de todos os que já li... e não me enganei! Natasha escreve tão bem, até se critica, de certa forma, a si própria através da personagem principal e cria uma narrativa muito interativa, o que é de louvar porque a primeira parte da história é praticamente contada apenas por Siwar.

Confesso que a história tomou um caminho que eu não esperava, adotou uma parte futurista e isso agradou-me muitíssimo. Foi mais uma particularidade que o fez um romance tão diferente.

Uma das coisas que mais me marcou foi o facto de ela dizer que nunca pensou muito sobre a cor da sua pele no país onde vivia, mas que ao chegar aos EUA é que se apercebeu que a sua pele, e o seu sotaque, seria sempre um diferencial. E isso fez-me pensar em todos os crimes de ódio que acontecem pelo mundo fora em que alguém é excluído, ferido ou assassinado por ter vindo de outro país.

E confesso que acreditei fielmente no "final cliché", antes de a autora lhe dar a volta.

They Called Me Wyatt será lançado a 11 de Junho pela editora California Coldblood Books e eu mal posso esperar por poder adquiri-lo e oferecê-lo às minhas bookfriends.

Classificação: ★★★★★

Onde comprar: AmazonBook depository


Com amor, Brenda