segunda-feira, 16 de julho de 2018

O Tatuador de Auschwitz de Heather Morris



Auschwitz


Sinopse: Esta é a história assombrosa do Tatuador de Auschwitz e da mulher que conquistou o seu coração - um dos episódios mais extraordinários e inesquecíveis do Holocausto.

Em 1942, Lale Sokolov chega a Auschwitz-Birkenau. Ali é incumbido da tarefa de tatuar os prisioneiros marcados para sobreviver - gravando uma sequência de números no braço de outras vítimas como ele - com uma tinta indelével. Era assim o processo de criação daquele que veio a tornar-se um dos símbolos mais poderosos do Holocausto.

À espera na fila pela sua vez de ser tatuada, aterrorizada e a tremer, encontra-se Gita. Para Lale, um sedutor, foi amor à primeira vista. Ele está determinado não só a lutar pela sua própria sobrevivência mas também pela desta jovem.

Um romance baseado em entrevistas que Heather Morris fez ao longo de diversos anos a Lale Sokolov, vítima do Holocausto e tatuador em Auschwitz-Birkenau. Uma história de amor e sobrevivência no meio dos horrores de um campo de concentração, que agradará a um vasto universo de leitores, em especial aos que leram A Lista de Schindler e O Rapaz do Pijama às Riscas, e que nos mostra de forma pungente e emocionante como o melhor da natureza humana se revela por vezes nas mais terríveis circunstâncias.

Que. Livro. In.crí.vel!

Escrevo isto uns segundos depois de acabar o livro. Sinto que preciso de colocar no papel o que sinto sobre este livro, sobre esta história.

Escrevo isto ainda de lágrimas nos olhos.

Este é um livro que estava/está fora da minha zona de conforto (Maratona Momentos de Ataraxia), porque nunca tinha ouvido falar na autora e, acima de tudo, porque nunca tinha lido nenhum livro sobre guerras etc (sim, nem mesmo O Diário de Anne Frank), mas agora posso dizer que já percebi porque nunca antes tinha lido um livro assim: Medo. Medo de ler uma história contada por alguém real que descreva a crueldade que tantas vezes me foi transmitida nas aulas de História mas que nunca compreendi. Como poderia compreender se nunca a vivi? Se nunca tive que lutar pela liberdade que hoje tenho?

Inconscientemente nunca li nada sobre guerras porque sabia que assim que lê-se a minha fé na humanidade ia ficar no chão. E ficou...

Fico tão revoltada por ter havido um tempo em que havia humanos que tratavam tão desumanamente outros... Só porque eram de outra religião, de outra nacionalidade, diferentes em qualquer outra coisa. Fico tão revoltada por esses eventos terem ocorrido há menos de 100 anos! Como é que é possível?? COMO?

Prender pessoas, submetê-las a trabalho forçado, deixá-las com medo, desnutridas, presas, ...

E como é que é possível que isso ainda aconteça caramba? Como é que é possível ainda haver guerras e tanta crueldade num mundo tecnologicamente tão avançado mas emocionalmente retardado?

Sei que por todo este ambiente de pesadelos, falta de liberdade, morte iminente e tudo o que é descrito não devia ser permitido achar a história bonita, mas caramba, que história...

Este livro conta a história de um judeu que conseguiu sobreviver a 3 anos num campo de concentração. Foram 3 anos de muito sofrimento, insegurança e, acima de tudo, esperança que um dia conseguiria sair dali.

A Lale, como se chama o nosso protagonista, foi incumbido o serviço de tatuar todos os recém-chegados ao campo. Sendo o tetrovier, isto é, o tatuador, tinha direito a uma ração extra e a uma maior liberdade de circulação. Assim Lale conseguiu contrabandear e tentar ser uma faísca de esperança num local que precisava desesperadamente de uma luz.

No meio deste terror, Lale conheceu Gita, a rapariga que lhe roubou o coração para sempre.

Impressionante como num ambiente destes ainda houve espaço para amar, o que me faz crer que o amor é tudo na vida. O amor é aquilo que os sustentou e lhes deu esperança de que um dia iriam sair dali e viver o seu amor ao máximo, sem restrições, sem discriminações e em segurança.

Ainda me escorrem mais lágrimas (de alívio) quando penso que houve quem sobrevivesse para contar a história, que houve quem conseguisse sair e voltar a provar a liberdade que lhe foi retirada.

Esta história é um conto de pequenos atos de liberdade num campo de concentração . Esta história é sobre uma faísca de esperança numa altura em que a humanidade se envergonhou a si própria submetendo pessoas às situações mais desumanas que existem. E o ciclo perdura sem prazo para terminar...

Classificação: ★★★★★

2 comentários:

  1. ando a namorar este livro nas estantes do Continente, depois de ler este post nao tenho mais duvidas! tenho que o ter!
    ao contrario de ti eu ja vi e li todos os filmes e livros possiveis sobre o Holocausto, e o meu mundo cai sempre que estou em contato com todo esse historico. mas acho que e importante estarmos cientes de tudo isso para impedir que se repita (embora continue a acontecer de varia formas). enfim, adorei a tua revie!

    beijinhos,
    Uma Africana Blog

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    1. Tens razão, é importante ler estes livros por isso mesmo! E agora que comecei, a fome de ler mais sobre este assunto aumentou em força :D

      Obrigada pela visita, beijinhos! :)

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