quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Carta aberta ao passado



Passado fica onde estás.

As pessoas que ficaram em ti não são essenciais.
Os sonhos eram outros porque não se tinha a maturidade de agora.
As pontas soltas atacam-nos com os "e se..." mas não é por isso que te devemos deixar voltar.

O vento muda, as perspetivas das pessoas também. Não nos tentes enganar, Passado, porque sabemos bem que elas não mudam, o que muda são os fatores externos, as coisas que nos influenciam e as pessoas que permanecem nas nossas vidas. Até a infelicidade é diferente de cada vez que vem.

Passado fica onde estás. Não mexas com o presente.

Se há coisa que aprendi é que o ser humano tem a mania de complicar as coisas e deixar voltar a entrar pessoas que não fazem sentido na sua vida deixando-se influenciar por isso. 

Se fosse para durar tinha durado, se fosse para viver tinha sido vivido, se fosse para ser concretizado tinha sido...

A vida é um grande quadro gigante e a cada pincelada tu transformas aquela grande tela em branco na tua obra de arte. Seguramente terás interpretações soberbas no teu quadro e terás também borrões desagradáveis.

A felicidade é para ser vivida e recordada como bons momentos mas nunca, JAMAIS deve vir acompanhada pela angústia de ter um borrão no quadro, de ter um desenho que era bonito mas que não pôde ser acabado.

O passado é todo ele um desenho por terminar, uma ponta solta que nunca vais ter a oportunidade de atar.

A tarefa de cada um de nós é deixar esse desenho inacabado no passado e prosseguir com novos que surjam. Em vez de tentarmos remediar devemos mentalizar-nos que só podemos usar esse passado como um pequeno tom da grande tela. Podemos mudar o pincel, a cor e até aperfeiçoar a técnica mas não podemos mudar o quadro talhado pela nossa vida.

Tudo depende de cada um de nós. Queres pintar o dia de hoje de que cor? Queres usar que estilo?

Passado fica onde estás, estou a fazer de ti arte.


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Aniversário: 5 anos de blog!



O blog faz hoje 5 anos! Sim, 5 ANOS! Tem sofrido muitas mudanças ao longo dos anos e neste aniversário ele adquiriu um novo aspeto. É simples, muito "clean" e era mesmo o que eu pretendia: deixar o blogue mais simples à visualização.

Como sabem, inicialmente criei o blogue para ser uma espécie de diário, um sítio onde colocava os meus poemas e outros pensamentos aleatórios. Ao longo do tempo o seu objetivo foi mudando e neste último ano voltou em força com temas específicos, com publicações trabalhadas e com um conteúdo consideravelmente melhor relativamente ao que existia (pelo menos é o que acho).

Para ver os meus textos deprimentes do início do blog clicar AQUI.

Perspetivas para o futuro? Tenho algumas. Continuar a fazer publicações regulares no blog, fazer manutenção constante no conteúdo de modo a permitir aos leitores um local online interessante e com o qual se identifiquem ao máximo e, principalmente, continuar a fazer deste blogue um sítio onde me expresso e dou um pouco de mim a cada um que cá passa. :)

Por fim, gostava que deixassem a vossa opinião acerca do atual percurso do blog e caso tenham algumas ideias do que gostariam de ver traduzidas nele estejam à vontade de sugerir nos comentários ou por outra via presente na seção "Contatos" na barra de navegação. :)




Neste dia, para além do aniversário do blog é também... o aniversário da minha Mãe! :) Por isso, aqui fica um oficial: Parabéns, Mãe! Apesar de um "obrigada" não traduzir tudo o que fazes diariamente por mim, obrigada por seres quem és e me ensinares tudo o que sou! :) Beijinhos,


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Opinião: A filha da minha melhor amiga de Dorothy Koomson

Dorothy Koomson | 448 p.


Sinopse: A forte relação de amizade entre Kamryn Matika e Adele Brannon, companheiras desde os tempos de faculdade, é destruída num instante de traição que marcará as suas vidas para sempre. Anos depois desse incidente, Kamryn é uma mulher com uma carreira de sucesso, que vive sem ligações pessoais complexas, protegendo-se de todas as desilusões. Mas eis que, no dia do seu aniversário, Adele a contacta... A amiga de Kamryn está a morrer e implora-lhe que adote a sua filha, Tegan, fruto da sua ilícita relação de uma noite com Nate.

Terá ela outra escolha? Será o perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu o coração?
Uma viagem dolorosa e comovente de autoconhecimento, uma leitura de cortar a respiração.

O grande bestseller da autora que comoveu Portugal, com mais de 250 000 exemplares vendidos.



A filha da minha melhor amiga é um livro sobre o perdão, amor e a responsabilidade.

Trata a história de Kamryn Matika que 2 anos após descobrir a grande traição entre o seu noivo e a sua melhor amiga tem que finalmente confrontar os fantasmas do passado, dado que a amiga está na prestes a morrer e a pequena Tegan, filha de Adele, ficará sozinha (ou então aos cuidados dos péssimos avós maternos).

Claro que não é fácil, o tempo passou, mas a ferida não está curada e isso, em parte, devia-se ao facto de Kam ter simplesmente virado as costas a tudo o que tinha em Londres e ter ido para Leeds, onde construiu uma carreira que lhe ocupava todo o seu tempo e pensamentos.

Quando recebeu um postal no dia do seu aniversário da sua (ex) amiga Adele Brannon, Kam decidiu que iria enfrentar os seus medos e ver Adele. Mas quando esta morre inesperadamente e Kam fica com Tegan tudo muda na vida dela.

Já não pode simplesmente dedicar-se a tempo inteiro à carreira, não pode continuar desarrumada e muito menos fugir a conversas necessárias, pois agora tudo o que fizesse teria repercussões na vida da pequena Tiga, de apenas 5 anos.

Mas há um problema! Nate, o pai biólogico de Tegan e ex-noivo de Kamryn tem que abdicar da filha para que esta a possa adotar.

Pessoas entram e saem da vida uma da outra e estas começam a aperceber-se que só se têm uma a outra. Agarram-se cada vez mais a isso. Mas será que uma filha é a única coisa que Kam precisa na sua vida?

Este livro não só é uma descoberta de sentimentos que ainda existiam, como também uma viagem pela aceitação do que nos torna melhores pessoas, mesmo que hajam obstáculos e grandes dificuldades pelo caminho.



Achei a Kamryn uma personagem fascinante que nos mostra o poder do perdão e acima de tudo do amor e da evolução, porque ela foi simplesmente uma personagem que da primeira à última página passou por uma evolução emocional enorme e, apesar de se ir abaixo - como nós nos vamos tantas vezes - mostrou que é possível superar cada obstáculo com humor.

A Tiga é simplesmente uma menina adorável que mesmo sofrendo uma grande perda foi, com toda a certeza, amada por todos os leitores do livro. Ela conseguiu ser e ter o melhor de Kamryn e isso só por si a torna a nossa pequena heroína.

O livro foi 5 estrelas! Confesso que por vezes sem dar conta me ria e fazia algumas expressões consoante o agrado ou desagrado com o que se andava a passar, o que só mostra o quanto o livro nos envolve. :)

MAS, se pudesse mudar uma coisinha, teria todo o gosto se a autora tivesse abordado alguma das cartas ou postais que a Adele tinha enviado ao longo dos meses em que foi a consultas e soube da sua doença. Ok, ia intensificar a dor da Kam, porém ia preencher um pouco aquele passado de "ignorância" da parte dela. A carta que explicou a traição findou todas as dúvidas, mas ainda assim teria sido bom revelar algum do conteúdo que Adele tinha escrito nas cartas, que agora permaneciam na gaveta da roupa interior de Kam.


domingo, 14 de fevereiro de 2016

O dia em que me apercebi que estava em falta



O dia em que me apercebi que eu estava em falta foi o pior dia da minha vida. 

Então sorri, comi sem olhar à quantidade, vi o bom nas outras pessoas, andei por sítios improváveis e parei para ver bem a pessoa que estava à frente do espelho.

E sabes o que me apercebi? Que esta pessoa há muito abandonada no meu íntimo, esta pessoa que há muito deixou de sorrir, esta pessoa que há muito foi abandonada... Esta pessoa não merece o que lhe ando a fazer.

E percebi que para não me voltar a abandonar, tenho que te abandonar a ti.

Para sermos dois, temos que ser um primeiro. E eu não sou. Perdi-me pelo caminho, pelas escolhas, pelos erros.

Só lamento ter-me apercebido disso tarde. Só agora tive força. Aliás, só agora reconheço a minha força. 

E sabes que mais? Estou-me a encontrar. Cada segundo que passo sem ti, cada sorriso que dou sem o motivo seres tu, a cada expiração liberto um pouco de ti… Como um fumo que me intoxica e que eu agora liberto do meu organismo.

A cada milésimo de segundo deixas de fazer parte de mim e isso alivia-me de certa forma. Não porque não te amei, sabes bem que a certa altura foste os meus pilares, mas porque estou a voltar a ser quem era. Sem amarras, sem palavras que me levam para trás. Estou aliviada por voltar a ser eu própria os pilares da minha vida e sobretudo da minha felicidade. 

Esperanças? Ainda tenho. Arrependimentos? Também. Talvez devesse ter insistido mais? Talvez... Mas resolvi amar-me, em vez de te amar a ti. E garanto-te, não há nada que substituía a sensação de ter amor próprio.

Feliz dia do amor próprio (hoje e todos os dias do ano) :)

(Já tinha saudades de escrever um dos meus textos à la início do blog com uma música como inspiração! ahah)







quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Opinião: Dei-te o Melhor de Mim de Nicholas Sparks

Nicholas Sparks | 299 p.
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Sinopse: Este novo e aclamado romance de Nicholas Sparks conta a história emocionante de Amanda e Dawson, dois adolescentes envolvidos na mágica experiência do primeiro amor. Contudo, sob a pressão familiar e social, são obrigados a seguir vidas distintas. Somente vinte e cinco anos mais tarde voltam a encontrar-se, por altura da morte do único homem que tinha protegido o jovem casal apaixonado. E se para ambos o amor de outrora se revela intacto, confrontam-se inevitavelmente com as escolhas feitas e os compromissos assumidos. Qual então o sentido daquele encontro, se nada podia mudar o passado? (Fonte: Bertrand)






Dei-te o melhor de mim é o livro dos amantes que se reencontram após quase uma vida separados.

É o segundo livro que leio de Nicholas Sparks e já desde o primeiro que tenho a impressão que ele é completamente diferente de todos os autores e nos surpreende com finais completamente fora do normal. 

O livro aborda o primeiro amor e o reencontro de Dawson Cole e Amanda Collier, que depois de 25 anos, se encontram perante circunstâncias difíceis: a morte de uma pessoa querida, Tuck.

Tuck foi o homem que acolheu Dawson quando este abandonou a casa (de má fama) da família Cole. Quando a rapariga rica e o rapaz de más famílias começaram a namorar, era na garagem de Tuck que passavam a maior parte do tempo, enquanto Dawson reparava carros.

O seu namoro nunca foi aceite pela família de Amanda, e agora anos depois, Amanda já casada enfrenta a dificuldade de decidir entre o seu amor que tinha tudo para dar certo, mas é um conjunto de "e se" e o amor atual, que embora com mais problemas e não tão fervoroso quanto o seu primeiro, é mais maduro.

Pelo contrário do que era esperado, quando se encontraram não houve clima estranho entre os amantes de longa data, o que prova o quanto aquele amor é real e não um simples episódio da adolescência. Porém as coisas não correm como o esperado.

Todo o fim de semana da cerimónia da morte de Tuck foi planeado por ele, de modo a tentar clarificar a relação inacabada entre os dois jovens. E numa sucessão de eventos em que a decisão cabe a Amanda, a escolha foi feita (e muito sabiamente devo dizer).

O que acabamos por constatar com este livro é que por muito que um primeiro amor seja maravilhoso, pode ser simplesmente um vislumbre do que podia ter sido se tivesse resultado, cheio de incertezas e lacunas de conhecimento sobre a pessoa que outrora foi o nosso tudo.

Sabe-se desde o início ao fim o que representa esse "Dei-te o melhor de mim" e o quão importante é dar-mos o melhor de nós a cada pessoa especial com quem nos encontramos nesta vida tão curta e imprevisível. Num momento podemos ter um futuro definido, no outro o nosso mundo poderá virar do avesso e a única coisa que temos são as pessoas que permaneceram do nosso lado e as que cativamos, ainda que possam não ter estado sempre presentes.

Assim, restam memórias, momentos e, acima de tudo, o melhor que lhes demos de nós.

Todo o livro é escrito com uma fluidez impressionante e à medida que avançamos na leitura mais suspiramos receosos do futuro que os protagonistas terão. Ficamos constantemente de coração nas mãos tentando adivinhar se este é afinal um livro onde vence o primeiro ou o último amor.


*spoiler alert*
Como já puderam constatar, gostei muito do livro! Achei-o muito equilibrado em termos de detalhes, não nos sobrelotando de informação, mas também não deixando propriamente lacunas que não nos fizessem entender a história. Este é daqueles livros que nos faz sonhar com um amor como aquele e que ainda assim nos deixa os pés bem assentes no chão, permitindo-nos confrontar a realidade: um sentimento bonito não passa disso quando temos mais para desistir do que propriamente ganhar. Preferindo-se uma pessoa real do presente do que uma imagem esbatida do passado.

Deixei-vos o trailer do filme baseado no livro aqui em cima. E, só pelo trailer, já vejo imensas diferenças do livro para o filme, mas desde que esteja mais ao menos na mesma linha do livro não me importo. ;)

Ficaste curioso(a)? Lê o livro para descobrir mais detalhes! ;) Ou caso já o tenhas lido comenta o que achaste nos comentários. ;)