sábado, 24 de novembro de 2012

À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! [...]

Ode triunfal de Álvaro de Campos

sábado, 17 de novembro de 2012

       "Cada palavra é um pouco de mim, do que sinto, vivo, do que acho, do que já vi e do que ainda creio que vou viver." Por isso é que me mantenho calada até que algo mereça a minha opinião, não digo palavras em vão, o que digo irá fazer parte da minha vida para sempre, e tal como ela, tudo precisa de ser pensado e refletido para que não haja mal entendidos nem confusões. O que digo sou eu, o que digo é para a vida, o que digo é a verdade sobre mim!

 Brenda Cabral (17-11-2012)